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Fernanda Godoy

O Maraca é nosso

RIO DE JANEIRO - A força das imagens de "Junho "" o mês que abalou o Brasil", dirigido por João Wainer, faz o espectador reviver aquela erupção de insatisfação no país.

Neste domingo, quando a contagem regressiva para o início da Copa já se faz em horas, o clima é outro. A insatisfação continua no ar, mas os cariocas abraçam a seleção e a chegada do Mundial.

O Maracanã estava cercado por torcedores vestidos com as cores da seleção, de turistas posando para selfies com a estátua do Bellini e de gente do bairro, orgulhosa da vizinhança ilustre.

Quem não conseguiu ingressos --a maioria-- faz o que pode para absorver o ambiente pré-Copa. Mas, nas conversas, percebe-se que as pessoas separam o que é o sentimento em relação ao futebol daquilo que pensam sobre a Fifa e dirigentes em geral.

Muitos estão indignados com o fato de que a nova passarela que liga o estádio à Quinta da Boa Vista beneficiará apenas os convidados VIP da Fifa e dos patrocinadores.

Construída com dinheiro público, ao custo de R$ 109,5 milhões, a passarela terá essa destinação exclusiva por decisão da Fifa, que administra o estádio no período da Copa.

A entidade máxima do futebol achou por bem incluir a passarela no perímetro de segurança. Na prática, o que se fez foi criar um acesso privativo para os VIPs, separando-os do restante da população.

O fetiche da exclusividade é uma marca do nosso tempo, que neste caso encontra amparo no temor de protestos.

Mas a decisão reforça o estigma de exclusão social de um evento para o qual simplesmente não existiu venda de ingressos a quem não tivesse banda larga e cartão de crédito.

O novo bloco dos descontentes é o dos sem-ingresso. E a paixão do futebol une os que querem voltar a gritar que "o Maraca é nosso".


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