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Opinião

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No atacado e no varejo

A baixa pronunciada e até agora progressiva da atividade econômica neste ano torna-se evidente também nas vendas do varejo, indicam os números divulgados pelo IBGE a respeito do resultado do comércio em abril.

As vendas do assim chamado "varejo restrito", nas quais não se contam automóveis e materiais de construção, recuaram 0,4% em relação a março, que também foram inferiores às de fevereiro. Não se tinha notícia de tal retração desde o final de 2008, quando a economia brasileira sentia o golpe do início da grande recessão mundial.

No "varejo ampliado", as vendas ainda avançaram, 0,6% ante o mês anterior. Não foi o bastante para alterar as perspectivas para o conjunto de 2014. Prevê-se um crescimento do comércio inferior aos 4,3% de 2013. Em si mesmo razoável, o resultado do ano passado contrasta fortemente com a média registrada entre 2004 e 2012, de quase 8% ao ano.

O declínio não surpreende. Nos últimos seis meses, o nível de emprego deixou de crescer nas grandes regiões metropolitanas; o total de salários pagos nessas cidades não aumentou em maio.

A contenção dos aumentos de renda não tem sido compensada pelo crédito, que cresce moderadamente. O total de dinheiro emprestado tem se expandido a um ritmo anual inferior a 7%, em termos reais (descontada a inflação). Em 2011, início do presente ciclo de baixa econômica, o estoque de crédito ainda subia a mais de 11%.

O desalento de consumidores e empresários prejudica o varejo. O sentimento de confiança econômica está em níveis semelhantes aos do ano de 2009, quando o Brasil viveu uma ligeira recessão.

Não é possível descartar a hipótese de que o protesto social e perturbações devidas a greves, manifestações de rua e mesmo aos feriados da Copa sejam em parte causa do desânimo econômico mais recente. Pode ser que a baixa exacerbada nas atividades produtivas desde março seja transitória.

No entanto, o cenário é de declínio gradual do conjunto da economia. As previsões de crescimento econômico ora estão em torno de 1,4%, contra 2,5% no ano passado.

Os indicadores de comércio e emprego apresentaram resultados consideráveis até o final de 2013, apesar do medíocre resultado do PIB nos últimos três anos.

Era claro, porém, que tal estado de coisas não seria duradouro. O endividamento, o gasto do governo, o excesso de consumo no exterior não podem perdurar se não houver aumento da produção, da renda nacional.


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