Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vinicius Mota

Volta, Dunga

SÃO PAULO - A Copa do Mundo não é um concurso para premiar quem joga o melhor futebol. O objetivo, a partir das oitavas de final, é eliminar o adversário. Golpes de sorte, erros da arbitragem e falhas pontuais são muitas vezes mais importantes que o desempenho das equipes.

O Chile teve azar contra o Brasil. A trave impediu a vitória chilena no fim da prorrogação e sacramentou a eliminação no último pênalti. Para a mecânica desapaixonada da competição, no entanto, é indiferente o modo do desempate. Se o Brasil tivesse feito 5 a 0 em 90 minutos, o resultado que importa seria o mesmo.

Desse ponto de vista, é falso que o time do Brasil esteja condenado ao fiasco se repetir a atuação deste sábado. Não precisa nem mais fazer gol com a bola rolando para sagrar-se campeão. Basta que não tome nenhum nos próximos três jogos e que vença as disputas de pênaltis.

O também frio cálculo das probabilidades é que joga contra essa sequência de repetições, sem torná-la contudo impossível.

A equipe de Felipão se mostra vulnerável menos pelo futebol, mediano como o das demais equipes do Mundial, e mais pela notável imaturidade dos jogadores.

Não se trata da idade dos atletas, mas talvez da forma como esses astros milionários vêm sendo isolados da vida vivida desde o momento em que despontam no esporte. Para quase tudo, das contas da casa à burocracia mundana, há um assessor a quem encarregar.

Em campo, quando a expectativa de milhões de brasileiros pesa nas costas, os meninos mimados não têm a quem recorrer. Entram em pane. Deixam-se dominar por adversários mais fracos. Choram.

Que falta faz alguém como Dunga comandando a seleção dentro das quatro linhas. Na ausência de jogador com esse perfil, que o choque de haver avistado o precipício tenha representado a passagem para a vida adulta desta geração.

vinimota@uol.com.br


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página