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Opinião

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Radicais e sem paz

Era previsível. Dois meses após fracassar outra negociação de paz entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina, a região da faixa de Gaza e da Cisjordânia vê-se de novo envolta num ciclo de violência.

A atual crise é particularmente consternadora por atingir adolescentes civis. Primeiro, três israelenses de idades entre 16 e 19 anos foram sequestrados quando pediam carona nas cercanias de Hebron, na Cisjordânia, onde estudavam.

Passadas mais de duas semanas, os corpos dos jovens foram localizados no dia 30 de junho, enterrados em um campo próximo à vila palestina de Halhul, a poucos quilômetros do local do rapto.

O ataque covarde deixou a população de Israel comovida e colérica. Em Jerusalém, centenas protestaram nas ruas gritando "morte aos árabes". Registraram-se diversos casos de agressões a palestinos no sistema de transporte público e em locais de trabalho.

Numa aparente retaliação, um garoto palestino de 16 anos foi sequestrado na quarta-feira diante de uma mesquita, em Jerusalém. Seu corpo foi encontrado em uma floresta, parcialmente queimado e com outros sinais de brutalidade.

Veio a reação oficial. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, dirigiu-se aos cidadãos de seu país: "Não pratiquem a lei com as próprias mãos". Ele mesmo, contudo, tem permitido reação desproporcional e extrajudicial. Desde o início da tensões, ao menos dez palestinos morreram em ações do Exército, incluindo dois menores de 18 anos, segundo a ONU.

Além disso, forças de segurança israelenses prenderam pelo menos 530 palestinos e, ao identificar dois suspeitos de sequestrar e matar os três adolescentes, implodiram suas casas --uma prática que estava suspensa desde 2005.

Por outro lado, o moderado presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, tem sido incapaz de controlar o grupo radical árabe Hamas. Embora tenha negado a autoria dos assassinatos, a organização elogiou os crimes e passou a disparar foguetes contra Israel nos últimos dias.

Fragilizado politicamente pelas frustradas negociações mediadas pelos EUA, Abbas tentou convencer os palestinos a entender a dor gerada pela morte dos adolescentes.

Em vão. Os pedidos de comedimento de Abbas, assim como os de lideranças civis e religiosas israelenses, encontram cada vez mais ouvidos moucos. Encerradas as negociações de paz, o protagonismo, lamentavelmente, volta às mãos dos radicais de ambos os lados.


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