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Opinião

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André Singer

Xadrez regional

A escolha de Aécio Neves por um vice paulista ligado ao seu figadal adversário interno, José Serra, mostra quão longe foram as aproximações inesperadas neste pleito presidencial. Tais coalizões precisam ser compreendidas se quisermos ter uma visão de conjunto sobre o que vem pela frente.

Nos dez Estados nordestinos, que congregam quase um terço do eleitorado brasileiro, a diferença em favor do PT sobre o PSDB subiu para incríveis 45 pontos percentuais (em junho era de 40 pp), segundo o último Datafolha (1º e 2/7). Supera até mesmo a alcançada no segundo turno de 2010 (42 pp), tornando pouco provável que os tucanos consigam tirar qualquer prejuízo por lá.

Em compensação, o quadro no Sudeste, onde estão concentrados mais de 40% dos votantes, oscilou, ainda que dentro da margem de erro, em favor do peessedebista no último mês. Aécio está agora a apenas uma casa de distância em relação à presidente Dilma (28% contra 27%), quando em junho ficava três pontos atrás. A tentativa de abrir uma vantagem expressiva em terreno menos blindado explica, em parte, a escolha do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para vice do tucano.

Note-se que embora Dilma tenha, segundo a mesma pesquisa, recuperado intenção de voto em todos os segmentos da sociedade, a melhora da petista foi particularmente sensível no interior. Nas regiões metropolitanas a performance não melhorou. Dado o peso do triângulo urbano formado por São Paulo, Rio e Belo Horizonte, compreende-se também o empenho de Aécio em reforçar a artilharia no que Henfil chamava de sul maravilha.

É provável que a batalha decisiva se dê em São Paulo. Com um colégio eleitoral gigantesco, a disputa paulista pode ter peso em pleito apertado. Daí o interesse nacional pelo jogo de alianças armado em torno das disputas pelos cargos de governador e senador.

Devido à unificação, na última hora, do PP e do PSD em torno da candidatura de Paulo Skaf (PMDB) para governador, a candidata do PT está obrigada a dividir-se, não podendo apoiar o candidato do seu partido, Alexandre Padilha, de maneira firme.

Por outro lado, a aproximação entre Geraldo Alckmin e o PSB de Eduardo Campos obrigou Aécio a escolher um parceiro de chapa ligado ao seu principal adversário do PSDB. O fez para compensar o fato de existir outro postulante à Presidência no palanque tucano. Pelo mesmo motivo, Aécio movimentou-se para que a Serra fosse dado o lugar de candidato ao Senado na chapa liderada por Alckmin. Quem diria!

É trabalhoso entender o significam essas alianças sem conteúdo programático, mas indispensável para vislumbrar o futuro do país.


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