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Ruy Castro

Ficha dos políticos

RIO DE JANEIRO - Um "O Cruzeiro" de 1º de outubro de 1955 que há pouco me caiu às mãos permitiu uma descoberta interessante. Trazia uma entrevista com um dos candidatos que, dali a dias, disputariam a Presidência da República: Juscelino Kubitschek, Juarez Távora e Adhemar de Barros. Na reportagem, o candidato falava de seus planos para a mudança da capital federal.

"Será uma medida de salvação nacional", disse. "A futura Capital no altiplano goiano deverá ter uma população máxima de 50 mil pessoas. Não haverá Câmara Municipal, nem mesmo município. Será apenas o Distrito Federal. Não haverá eleitores. Não haverá indústrias, a não ser as domésticas, nem comércio, a não ser o doméstico. Lavoura e pecuária, [apenas] para o abastecimento da Capital. Terá poucos quartéis, poucas escolas, o menor movimento social possível.

"Conversei com diversas firmas estrangeiras que prometeram, mediante concessão de venda de terrenos, a construção dos três palácios dos Poderes da República; construção dos ministérios, departamentos federais etc.; construção de três mil casas para os funcionários federais; água, esgotos, luz, energia, aeroporto e rodovia. Tudo pronto em quatro anos. Será a Capital do trabalho e do estudo. [...] Acima de tudo, será a Capital burocrática, mas reunindo os requisitos do conforto".

Não, não era uma entrevista com Juscelino, mas com Adhemar ("Rouba, mas faz") de Barros --que, como se sabe, ficou em terceiro lugar. Credita-se ao vitorioso JK a ideia de mudar a capital, mas está errado. Era uma disposição que já vinha de longe e, antes mesmo daquelas eleições, havia uma comissão estudando as alternativas para a mudança.

Por tudo que aconteceu depois, e pela ficha dos políticos que --até hoje-- costumam disputar o Governo do DF, conclui-se que a Brasília de Adhemar era melhor.


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