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Ruy Castro

O jogo dos sete erros

RIO DE JANEIRO - Uma atração das sessões de passatempo das revistas antigas eram os dois desenhos aparentemente iguais, mas que, quando examinados de perto, exibiam sete diferenças entre eles. Era o "jogo dos sete erros". A antissaga da seleção brasileira na Copa de 2014 também contém pelo menos sete diferenças em relação ao que ela tentou nos apresentar desde o começo.

1. O álbum de figurinhas. Por ele, o experiente Robinho estava convocado. Mas Felipão preferiu Jô, obrigando os colecionadores a trocar uma figurinha certa por outra duvidosa. 2. O Maracanã. Era o maior estádio do mundo e de uma beleza única no planeta. Por ordens da Fifa, a CBF o destruiu e reconstruiu para torná-lo um dos menores do mundo e tão feio quanto tantos. 3. O uniforme. A nova camisa da seleção, com sua gola de pijama, só podia dar no que deu: induzir os jogadores ao sono durante as partidas.

4. O hino. Garrincha nunca soube cantá-lo. Por sorte, tinha outras qualidades. 5. Neymar. Com sua saída do time, todos, incluindo os jogadores, desconfiamos de que éramos um bando de galinhas mortas. Quando estava Alemanha 5 x 0, tivemos certeza. 6. A psicóloga. Cabe a ela, e não ao Freud, explicar como jogadores tão "focados" [bleargh!] entram em rigor mortis e tomam quatro gols em seis minutos.

7. A dupla Felipão e Murtosa. Um, o clown arrogante e estabanado, de pé, à beira do campo. O outro, o tipo forte e silencioso, sentado impassível a alguns metros. Pergunta: e se o verdadeiro Felipão for Murtosa? E se Murtosa for o (com perdão da palavra) cérebro da dupla, manobrando Felipão e dirigindo suas falas e caras por ventriloquismo ou telepatia? E se nenhum dos dois for o verdadeiro Felipão ou o verdadeiro Murtosa?

O jogo original só comportava sete erros. Neste da seleção você tem um farto leque deles com o qual se abanar.


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