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Ricardo Balthazar

Não basta xingar

SÃO PAULO - Uma nova rodada de pesquisas dirá nesta semana se a humilhação sofrida pela seleção brasileira e o fim da Copa do Mundo tiveram algum efeito sobre o humor do país e a disputa eleitoral. A oposição acha que a presidente Dilma Rousseff saiu perdendo. Quem olha para trás aposta que o impacto será passageiro, se não for nulo.

Os brasileiros sabem separar o futebol da política? Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva foram reeleitos em outros anos após derrotas da seleção brasileira nos estádios. Mas é possível que desta vez seja tudo diferente, porque a Copa foi no Brasil, e porque nunca os políticos se movimentaram tanto para explorar politicamente o evento.

Dilma virou piada nas redes sociais e voltou a ser vaiada por torcedores neste domingo no Maracanã. Mau sinal para o governo, mas as pesquisas feitas antes do fiasco da semana passada mostraram que a maioria da população repudiou as ofensas à presidente na abertura da Copa.

A máquina de propaganda do governo fez de tudo para associar a imagem de Dilma à euforia em torno da competição. Com o Brasil eliminado, ela foi a primeira a mudar de assunto e pedir a renovação do futebol brasileiro, num lance oportunista que caberá ao eleitor julgar.

A oposição se comportou de forma errática. Aécio Neves e Eduardo Campos primeiro deram razão aos torcedores que xingaram a presidente no Itaquerão e depois os criticaram. Ambos atacaram Dilma por tentar tirar proveito político da Copa. Em todos os dias em que o Brasil entrou em campo, os dois fizeram-se fotografar torcendo com a camiseta da seleção.

Encerrado o torneio, as pessoas voltarão a se angustiar com a economia e as dificuldades de sempre. Isso pode criar um ambiente favorável à oposição, mas é cedo para ela comemorar. Vaiar é fácil e ajuda a angariar simpatia na arquibancada, mas para ganhar a eleição será preciso oferecer algo mais para satisfazer o desejo de mudança do eleitorado.


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