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Violência incessante

Durou menos de um dia a esperança de que o recrudescimento da violência entre Israel e os radicais palestinos do Hamas pudesse ser contido por um cessar-fogo.

Como resposta ao assassinato de três jovens israelenses que pediam carona perto da Cisjordânia no dia 12 de junho, nacionalistas judeus queimaram vivo um garoto palestino que vivia em Jerusalém.

Seguiu-se a esses deploráveis episódios uma ofensiva militar de Israel contra o Hamas, que hoje controla o território de Gaza e dali retomou o lançamento de foguetes direcionados a cidades israelenses.

Essa dinâmica, lamentavelmente, é conhecida. Tanto em 2008 como em 2012, o governo de Israel deflagrou operações bélicas com vistas a restaurar a tranquilidade de sua população e infligir danos significativos às organizações radicais que atuam na faixa de Gaza.

Não são apenas os extremistas, contudo, que sofrem com essa estratégia. Até agora, já se contabilizam mais de 190 palestinos mortos e outros 1.400 feridos, em sua grande maioria civis que estavam em áreas bombardeadas pelas Forças Armadas israelenses.

Parecia razoável, nesse contexto, a proposta de cessar-fogo feita pelo Egito. Pedia-se que, a partir desta terça-feira, os dois lados encerrassem as hostilidades mútuas, ao que se seguiriam conversas entre representantes do Hamas e de Israel no intuito de aprovar um pacto de paz mais amplo.

Apesar de enfrentar alguma oposição interna, o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu decidiu aderir ao acordo e suspendeu os bombardeios no início da manhã. Líderes do braço militar do Hamas, no entanto, consideraram a proposta egípcia insuficiente e mantiveram os ataques a Israel.

Como se a recusa da trégua provisória já não bastasse para o governo Netanyahu retomar a ofensiva seis horas depois de interrompê-la, os disparos de foguetes fizeram sua primeira vítima israelense. Segundo autoridades militares, seria um civil de 37 anos, voluntário na entrega de comida a soldados israelenses destacados às proximidades de Gaza.

Será o bastante para que a opção bélica ganhe não só vigor adicional --o premiê israelense afirmou que responderá com mais força-- mas também maior legitimidade perante a opinião pública de Israel.

Reforçar o confronto, contudo, implica aceitar que mais cidadãos palestinos e israelenses serão vítimas de uma violência incessante.


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