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Opinião

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Questões em Teerã

Encerrou-se no domingo o prazo originalmente estabelecido para que os governos do Irã e de potências ocidentais construíssem um acordo definitivo sobre o programa nuclear persa, limitando-o a finalidades estritamente civis.

Se as diversas rodadas de negociação ainda não geraram um documento satisfatório para todas as partes envolvidas, ao menos criaram um ambiente de maior confiança entre nações antes presas à lógica do enfrentamento.

Prova disso é a prorrogação consensual, por quatro meses, do diálogo multilateral sobre o tema. Anunciada na última sexta-feira, a extensão das tratativas acabou ofuscada por um noticiário internacional candente, com a escalada de mortes na faixa de Gaza e o abate de um avião que transportava 298 civis na Ucrânia.

O assunto, todavia, continua a ser uma das prioridades da política externa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que costurou um celebrado acordo nuclear provisório com o Irã.

No fim do ano passado, em troca de alívio parcial nas sanções econômicas, o governo iraniano se comprometeu a limitar seu programa atômico a níveis de enriquecimento de urânio distantes da produção de armas nucleares, grande preocupação não só dos EUA, mas também de nações como Reino Unido, Alemanha e França.

Durante os seis meses de vigência desse compromisso, ambas as partes honraram seus compromissos. Os países ocidentais liberaram US$ 4,2 bilhões de ativos iranianos congelados no exterior, ao passo que a teocracia xiita freou seu programa e aceitou inspeções mais rigorosas da comunidade internacional em suas instalações nucleares.

Tais progressos, no entanto, esbarram no desejo do regime persa de expandir, a longo prazo, sua capacidade de enriquecimento de urânio --o que foi recentemente anunciado pelo líder máximo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.

Já os negociadores ocidentais esperam enfraquecer o programa nuclear do país de forma que não seja fácil adaptá-lo para fins militares e produzir uma bomba atômica.

Esse sempre foi o principal entrave às tratativas internacionais. Nada indica que, apesar dos esforços diplomáticos do presidente Hasan Rowhani e de sua disposição ao diálogo, alas ligadas a Khamenei tenham desistido de um programa nuclear mais ambicioso.

Ainda que seja louvável expandir as negociações por quatro meses, a assinatura de um acordo definitivo sobre o tema parece, por ora, depender antes da resolução dessas questões em Teerã.


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