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Opinião

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Conta que não fecha

O crescimento econômico mundial mais uma vez ficou aquém do esperado na primeira metade do ano. A decepção foi generalizada nas principais regiões e levou o FMI a revisar de 3,7% para 3,4% suas projeções para a alta do PIB global em 2014. O fundo, porém, manteve a expectativa de retomada global para 2015.

A recuperação virá sobretudo das nações desenvolvidas, que devem crescer 2,4% no ano que vem, no que serão acompanhadas pela maior parte dos emergentes, com alta de 5,2%. Nesse grupo, o Brasil continua a ser um dos lanternas --o fundo espera que a economia do país avance apenas 2%.

Não é de hoje que o desempenho brasileiro fica abaixo da média. Mas, na atual conjuntura, sem expansão econômica, logo aparecerão consequências estruturais.

Uma delas é a piora da avaliação sobre a qualidade do crédito do governo na praça. A medida para isso pode ser obtida por meio de contratos de seguro contra calotes que são negociados nos mercados financeiros (o CDS).

No caso brasileiro, a proteção contra não pagamento fica em torno de 1,4% ao ano; para o México, de 0,7%. De 2010 a meados de 2013, os valores estavam em patamares próximos. Ou seja, os investidores começam a se preocupar mais com o Brasil do que com outros emergentes --e uma razão fundamental para isso é o baixo crescimento. Com o PIB estagnado, torna-se mais difícil pagar dívidas.

As agências de classificação de risco têm chamado a atenção para o problema, dando a entender que rebaixarão a nota brasileira se a dinâmica não melhorar.

A situação ainda piora porque os juros da dívida pública são elevados (cerca de 15% ao ano), acima da taxa básica (Selic), hoje 11%. Isso ocorre devido à concessão de empréstimos subsidiados para empresas, entre outros fatores.

Não é preciso ser grande financista para perceber que, com estagnação econômica e juros estratosféricos, a conta não fecha.

Verdade que as circunstâncias estão longe de ser alarmantes, como foram no passado. O país tampouco está à beira de uma crise. Mas o aviso permanece. A melhor forma de reduzir a desconfiança é reforçar a transparência na gestão do Orçamento e cortar os gastos de forma a evitar que a dívida cresça.


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