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O PIB mais maduro

Empresários de peso cobram de candidatos compromissos ambientais, sinal de que tal agenda não se restringe mais à militância verde

A agenda ambiental não é mais monopólio de militantes verdes. Ganhou há tempos a atenção de empresários interessados na sobrevivência de longo prazo dos negócios. Líderes do setor se batem agora para incluir a "sustentabilidade", acrescida dos temas justiça social e qualidade de vida, na pauta da campanha eleitoral.

A face mais visível desse movimento é a carta aberta dirigida aos candidatos à Presidência pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A entidade, que congrega 70 grupos empresariais e 40% do PIB, pede que eles se comprometam com um rol de 22 propostas.

Trata-se de "romper a crise sistêmica que reproduz a desigualdade, esgarça o tecido social, alimenta os incentivos perversos e coloca a economia em conflito com os recursos naturais", afirma a carta subscrita por essa instituição.

Já existe tecnologia para isso, diz o CEBDS. Mas não na escala e na velocidade necessárias --as quais dependeriam de ações do governo.

Boa parte das 22 propostas elencadas repete promessas habituais em programas de governo, como melhoria nos transportes públicos, na medicina preventiva e na educação básica. Reedita-se, ainda, a tradicional queixa quanto à complexidade do licenciamento ambiental. Outras ideias, contudo, são de fato inovadoras.

Uma delas é a criação de um "Selo Brasil", para promover produtos de várias empresas cujo sucesso não só não conflita como depende da preservação do ambiente.

Outra: regulamentar o pagamento por serviços ambientais. Vale dizer, remunerar proprietários e comunidades que demonstrem benefícios mensuráveis para o meio (como proteção de mananciais por matas preservadas).

Mais difíceis de serem aceitas pelos candidatos se mostram medidas como estabelecer metas obrigatórias para melhorar indicadores de saneamento, por meio de uma Lei de Responsabilidade Sanitária. Ou, então, reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis (carvão, derivados de petróleo e gás natural, cuja queima contribui para agravar o efeito estufa).

São objetivos ambiciosos, alguns dos quais se chocarão com interesses de corporações dotadas de influência no meio político, se não de alguns dos próprios integrantes do CEBDS (entre eles a Petrobras). No entanto, chegam ao debate eleitoral com a chancela de uma elite entre os dirigentes de empresas do Brasil.

Compete aos candidatos atentar para suas propostas e comprometer-se com o que for factível. Uma vez eleitos, caberá às organizações, ao Congresso e às empresas zelar para que cumpram o prometido.


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