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Opinião

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André Lucirton Costa e José Sebastião dos Santos

TENDÊNCIAS/DEBATES

Hospital da USP deve ser gerenciado pelo Estado?

sim

É preciso integrar a universidade e o SUS

Os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde) preveem a estruturação de uma rede de serviços de saúde de complexidade tecnológica crescente, regionalizada e integrada, desde a atenção básica até a hospitalar, e sob gestão de um dos entes federados. Todavia, a integração dos hospitais universitários com o SUS ainda não se consolidou.

Diante disso, a atual gestão da Universidade de São Paulo encomendou um estudo para mapear aspectos da interação e da organização de seus hospitais --o Universitário (HU), em São Paulo, e o de Anomalias e Reabilitação Craniofacial (HRAC), em Bauru-- com as unidades de ensino e o SUS.

Dentre outros aspectos, o estudo comparou os indicadores acadêmicos, assistenciais e hospitalares das duas instituições da USP com os de hospitais de ensino geridos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP), mas vinculados administrativamente ao SUS, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, na forma de autarquia e de organizações sociais de saúde.

O Hospital Universitário tem perfil semelhante aos três estaduais -- de Ribeirão Preto, Mater e Américo Brasiliense--, enquanto o de Bauru tem complexidade que se assemelha ao HC de Ribeirão Preto (Hospital das Clínicas da FMRP).

Observou-se que os hospitais universitários mantêm tarefas conflitantes com os princípios de organização do SUS, pois abrigam serviços que deveriam estar no âmbito pré-hospitalar, como a Unidade de Pronto Atendimento, que funciona junto à unidade de urgência hospitalar no Hospital Universitário.

Esses dois hospitais também necessitam de investimentos na infraestrutura predial e recomposição do quadro de pessoal (no Hospital Anomalias e Reabilitação Craniofacial, por exemplo, são 200 servidores para manter o seu funcionamento e 422 para ativar a nova construção do hospital).

A relação pessoal/leito no Hospital Universitário da USP, em 2013, foi de 11,7 funcionários por leito, enquanto nos hospitais estaduais foi de 5,9. Em Bauru, a relação foi de 9,3 e no HC de Ribeirão Preto, de 7,5. As despesas com leito por ano nos hospitais exclusivamente da USP foram mais que o dobro (no HU, R$ 1.459.097, e R$ 1.495.454 em Bauru), se comparadas às do HC de Ribeirão Preto (R$ 679.989) e dos hospitais estaduais (R$ 445.050).

Recomendou-se a vinculação do Hospital Universitário ao Hospital das Clínicas de São Paulo após considerar o sucesso das vinculações do HC de São Paulo e do HC de Ribeirão Preto ao SUS, a discrepante relação de custos entre os hospitais e a importância da interação dos espaços de formação e pesquisa com as estratégias das políticas públicas do Estado.

Recomendou-se também a transformação do hospital de Bauru em autarquia vinculada à Secretaria da Saúde e associada à USP, sob administração da Faculdade de Odontologia de Bauru, medida recém-aprovada pelo Conselho Universitário.

Há 23 anos, prosperou a vinculação do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto ao SUS. Foi assim que a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto associou-se a uma rede composta por oito unidades de saúde da família, três unidades básicas de saúde, uma unidade de pronto atendimento, um centro de especialidades, três hospitais de média complexidade e fortaleceu o papel do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto como referência.

Com esse modelo, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ampliou os horizontes da extensão, de ensino e pesquisa e a interação com a comunidade. Fica a expectativa de que, mais uma vez, se aproveite a oportunidade de fortalecer a relação da USP com a sociedade e o SUS.


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