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Fernando Rodrigues

A delação e a eleição

BRASÍLIA - O mundinho da política ferve com a possibilidade de se tornar conhecido o conteúdo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Preso há meses, ele fez um acordo de delação premiada. Conta o que sabe em troca de uma pena reduzida.

Ontem (5), soube-se que Costa já teria relacionado os nomes de 12 senadores, 49 deputados federais e de um governador. Esse grupo estaria envolvido em traficâncias com a estatal. Pelo menos três partidos políticos também ficam encrencados nesse escândalo --PT, PMDB e PP.

Em algum momento, o ex-diretor da Petrobras declarou que não haveria eleição neste ano se ele revelasse tudo o que sabe. Um exagero. Eleição, haverá. Mas de outra natureza.

A revelação de corrupção a granel no plano federal terá impacto nas urnas. Quando políticos tradicionais aparecem relacionados ao jeito antigo de tratar o Estado, crescem as chances de novatos terem sucesso nas urnas. No mínimo, fica mais difícil para os agentes, vamos dizer, ortodoxos se manterem no poder.

A democracia brasileira tem um exemplo assim na eleição de governadores de 1994. No ano anterior, o Congresso havia assistido ao escândalo do anões dos Orçamento. Uma tropa de deputados e senadores foi flagrada rapinando dinheiro público. Muitos foram cassados ou renunciaram. O resultado foi que, em 1994, só nove Estados resolveram suas disputas para governador no primeiro turno. Foi a eleição estadual mais puxada e apertada até hoje.

Agora, de acordo com os levantamentos disponíveis, 11 Estados tendem a escolher seus governadores no primeiro turno. Dos 18 que disputam a reeleição, só 6 estão em primeiro lugar. O páreo está duríssimo.

No caso da corrida presidencial, o Petrobrasgate é ruim para Dilma Rousseff na mesma proporção do benefício possível para Marina Silva. É outro capítulo na mais imprevisível de todas as eleições recentes.


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