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Paula Cesarino Costa

Caro coronel

RIO DE JANEIRO - Em dezembro de 2010, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse à Folha que iria "investigar dentro de casa", referindo-se aos próprios agentes de segurança. Comemorava o fato de o então governador Sérgio Cabral estar finalizando decreto para obrigar policiais civis e militares a apresentar a declaração de Imposto de Renda às corporações.

Na terça (16), o chefe das tropas de elite da Polícia Militar, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, foi preso num apartamento no Leme (zona sul), onde foram encontrados extratos bancários que revelam depósitos de R$ 2 milhões para um parente. Na casa do major Edson Pinto de Goes, coordenador de operações da PM, foram apreendidos R$ 287 mil.

Seis oficiais, entre outros policiais, foram presos na operação Amigos S/A, acusados de comandar um grande esquema de cobrança de propinas. Era do tipo clássico: permitir a oferta de serviços legais e ilegais.

A corrupção policial não é exclusividade do Rio. Repetem-se histórias semelhantes pelo país afora. A qualquer observador, chama a atenção os carros, as casas e o estilo de vida de uma parte dos policiais. Em contraste com milhares de policiais que vivem com salários achatados. Um soldado no Rio ganha cerca de R$ 1.600; um coronel, R$ 16 mil.

O decreto a que se referiu Beltrame só foi assinado em fevereiro de 2012 e regulamentado em 31 de março de 2014, dois anos depois. Oficialmente, por problemas burocráticos.

O objetivo proclamado do secretário de analisar a compatibilidade entre os bens e os vencimentos dos policias não foi adiante. O caso dos flagrados na Amigos S/A mostra que o decreto é necessário, mas não de todo eficiente. É preciso atuação mais rigorosa e menos leniente do Ministério Público e das corregedorias das polícias. A ampliação de grupos milicianos no Estado é indício suficiente para uma nova operação Mãos Limpas.


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