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Luiz Fernando Vianna

Notas do subterrâneo

RIO DE JANEIRO - O caro leitor pode ainda não saber quem é o carioca Eduardo Cunha, mas acabará sabendo. É um dos homens mais poderosos da esburacada República.

Tipos como ele, crescidos nos subterrâneos da política, têm algo de romanesco e exercem fascínio. São da família de Rasputin.

O nosso Sombra não tem resistido aos holofotes. É líder do PMDB na Câmara dos Deputados e tudo indica que presidirá a Casa em 2015.

Influencia centenas de parlamentares. Dilma, que lhe tem ojeriza, foi obrigada a engoli-lo. O governador do Rio, Pezão, o chamou de "o melhor deputado federal do Brasil" --mas, pena, não revelou os critérios da escolha.

Cunha iniciou sua trajetória pelas mãos de PC Farias. Participou em 1989 da campanha de Fernando Collor e, no governo deste, foi presidente da Telerj, depois privatizada.

Quem acompanha o noticiário sobre ele --e o material no arquivo desta Folha é farto --sabe que deixa marcas profundas por onde passa, seja como gestor direto (caso da Companhia Estadual de Habitação, nomeado pelo então grande amigo Anthony Garotinho), seja como eminência parda (casos da Cedae, a companhia de águas do Rio, e de Furnas). Até hoje, escapou de todos os processos. Livre como um táxi, não para de subir.

Seus votos, majoritariamente evangélicos, crescem: 101.495 em 2002; 130.773 em 2006; 150.616 em 2010.

Seu patrimônio declarado cresce: R$ 989 mil em 2006; R$ 1.476.112 em 2010; 1.649.226 em 2014.

Seus gastos de campanha crescem: dos R$ 291.405 de 2002 aos R$ 3.683.333 de 2014. Só nos últimos quatros dias pagou R$ 127.436,40 por anúncios no jornal "O Globo".

Intimida a imprensa processando jornalistas. Mas não é crime arriscar uma previsão: com ele presidente da Câmara, o Brasil sentirá saudade de Severino Cavalcanti e Inocêncio de Oliveira.


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