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Opinião

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Japão em movimento

Após mais de duas décadas de estagnação, uma frente de mudanças parece formar-se com a vitória de Shinzo Abe, do conservador Partido Liberal Democrático (PLD), para governar o Japão -a terceira maior economia do mundo.

A volta do nacionalista PLD ao poder, menos de três anos depois de pesada derrota, se associa à insatisfação do público japonês com a economia -o país deve crescer 2,2% neste ano e 1,2% em 2013.

Abe se apoiará em uma coalizão que tem 325 das 480 cadeiras da Câmara, maioria suficiente para contrapor vetos da oposição no Senado. Diversamente do governo anterior de Abe (2006-2007), que teve na reforma da Constituição pacifista um grande foco, a atenção agora se concentra nas finanças.

A situação do país é ruim. O deficit fiscal segue na marca de 10% do PIB. A dívida pública, em 220% do PIB, é de longe a maior entre os países desenvolvidos. A economia está estagnada há vários anos.

Para piorar o quadro, a queda dos juros globais após a crise de 2008/09 reforçou a tendência de valorização do iene, encarecendo as exportações japonesas.

A economia permanece presa na armadilha da deflação: a queda de preços contamina expectativas de empresas e consumidores, que adiam ainda mais suas decisões de compra, o que reduz a demanda e joga os preços mais para baixo. Aumenta também o peso das dívidas, que seguem elevadas, enquanto a renda da sociedade cai.

Não por acaso, Abe concentrou sua campanha na proposta de um choque na política monetária. Defendeu que o Banco do Japão (BOJ, como é conhecido o banco central do país) elevasse a meta de inflação para ao menos 2%. A meta atual, de apenas 1%, tem sido perseguida pelo BOJ de forma hesitante.

Para atingir esse objetivo, Abe sugeriu que o BOJ adquira papéis do governo em quantidades ilimitadas para financiar o investimento e deslanchar a economia. Em seguida, o banco anunciou a destinação de 10 trilhões de ienes (cerca de R$ 250 bilhões) para esse fim.

Vencer a deflação é crucial para destravar o consumo e o investimento. Mas não há garantia de sucesso. Várias ações de estímulo tiveram lugar nos últimos anos, mas foram incapazes de restaurar os sinais vitais da economia japonesa.

O Japão ainda detém o terceiro maior PIB do mundo. Uma recuperação da demanda interna, mesmo moderada, daria um bom impulso à debilitada economia global.


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