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Cristina Grillo

Chapa quente

RIO DE JANEIRO - Amigos que moram fora do país ligam para desejar feliz Natal e aproveitam para queixar-se da dureza que é passar as festas com temperaturas de quase 0ºC.

Para nós, moradores do Rio, que ontem enfrentamos 43,2ºC -com sensação térmica de 47ºC, de acordo com especialistas em meteorologia­-, dá uma pontinha de inveja.

Turistas encantam-se com as altas temperaturas. Praias, hotéis e restaurantes ficam lotados. A estimativa da prefeitura é de que 752 mil pessoas desembarquem na cidade nesta semana para comemorar o Réveillon.

Cálculos municipais indicam que, até o fim da temporada, serão cerca de três milhões de visitantes, que deixarão na cidade valores em torno de R$ 2 bilhões. Fantástico, sem dúvida. Mas, para aqueles que precisam continuar na rotina, a vida fica difícil.

Dá pena ver homens engravatados nas ruas do centro da cidade. O asfalto queima. O salto do sapato cola na rua, que parece derreter.

A chapa está quente, de verdade.

Usar o transporte público para chegar ao trabalho pode ser um martírio. Só 10% da frota de ônibus da cidade têm ar-condicionado. O prefeito Eduardo Paes promete que até 2016, ano olímpico, 100% dos veículos terão o equipamento, mas ainda faltam quatro anos. Os vagões do metrô têm refrigeração. A superlotação em alguns momentos do dia, no entanto, faz com que pareça que ela não existe.

No caso dos trens, segundo a concessionária SuperVia, metade da frota é equipada com os aparelhos. Porém, queixam-se os usuários, os "frescões" só circulam nos horários de menor movimento. Nas horas de rush, o jeito é ir de "quentão".

Em uma cidade onde, no verão, é rotina a sensação térmica bater os 40ºC, ter um sistema de transporte público totalmente equipado com ar-condicionado não é luxo, é uma necessidade básica.

Mais até: é uma questão de saúde pública.


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