Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Denise Chiarato

O muro de Haddad

SÃO PAULO - A expectativa é grande: Fernando Haddad, o "novo", assume hoje o comando da Prefeitura de São Paulo com a missão, segundo ele mesmo evocou no discurso da vitória, de "erradicar a pobreza" e "diminuir a grande desigualdade existente na cidade".

Haddad assume com o vento a favor: não há ameaça de oposição na Câmara -até porque deu cargos para o PP de Maluf, o PV, o PMDB, o PSB e o PC do B. E a presidente Dilma deverá facilitar sua vida liberando mais recursos federais e renegociando a dívida paulistana -apontada como o principal obstáculo para ampliar os investimentos da cidade.

Mas isso não basta para uma cidade como São Paulo. Para "derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica da cidade pobre", como bradou na festa pós-eleição, Haddad vai ter de contrariar interesses de quem justamente lucra com os pobres.

Até agora, a sinalização não é bem essa. Antes de assumir, Haddad deu aval para seu antecessor, Gilberto Kassab, renegociar os contratos com as empresas de lixo. E o reajuste, de 12%, será retroativo a setembro de 2009 -uma bagatela de R$ 200 milhões a mais que as empresas de um dos setores mais lucrativos vão receber por serviços já prestados.

Em relação à inspeção veicular, Haddad isentou os donos de veículos do pagamento da taxa e os carros considerados novos, com até cinco anos de fabricação, nem precisarão passar pela inspeção (para desespero dos ambientalistas). Mas a prefeitura só vai desembolsar R$ 70 milhões para a Controlar, empresa investigada por inúmeras suspeitas de irregularidades.

Em relação ao aumento da tarifa de ônibus, parece que nenhum pacote de bondades virá... Sem falar que o "novo" trouxe alguns dos "velhos" de sempre para compor seu secretariado. Empresários e políticos que, segundo muitos petistas, estão do lado de lá do tal muro da vergonha.

Agora é esperar pra ver como e se o muro vai mesmo implodir.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página