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Opinião

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Caminho pedregoso

Depois de evitar o chamado abismo fiscal do início de 2013, os Estados Unidos terão até março um caminho acidentado na economia.

O presidente Barack Obama e o Partido Democrata conseguiram arrancar da oposição republicana um acordo que evitou um grande aumento de impostos e um corte imediato de gastos, previsto pela legislação até então em vigor.

Caso fossem levadas a cabo na íntegra e de súbito, as reduções da despesa pública e do consumo privado, decorrente da alta de impostos, levariam a economia americana de volta à estagnação.

Mas foi adiada para março a decisão a respeito de expressivo corte de gastos sociais e militares. Em fevereiro, a dívida do governo federal deve chegar de novo ao teto autorizado pelo Congresso.

Em 2011, o Partido Republicano ameaçou negar nova expansão da dívida. Em tese, o governo americano ficaria sem meios para pagar seus débitos.

O tumulto político abalou a confiança de consumidores e empresários, complicando outra vez a retomada econômica nos Estados Unidos; foi o motivo também do rebaixamento da nota de crédito do governo americano, degradação porém ignorada pelos investidores, que continuaram a emprestar-lhe dinheiro a custo historicamente baixo.

A ameaça do abismo fiscal afetou os ânimos econômicos, e o aumento de impostos afinal aprovado vai reduzir a capacidade de consumo dos americanos.

O Partido Republicano, muito agastado por ter aceito tributos mais elevados, tende a exigir mais cortes de gastos nas negociações de fevereiro e março. A tensão que deve derivar do debate do novo teto da dívida contribui para deteriorar um tanto mais o ambiente político-econômico.

Mais importante, para o futuro dos americanos, é que tanto Obama quanto a oposição republicana parecem incapazes de elaborar um plano que combine estímulos fiscais (despesa do governo) de curto prazo com um programa de controle do aumento das despesas previdenciárias e de saúde, que explodem, e de redução do caríssimo aparato militar do país.

De interesse mais imediato para o restante do mundo há o fato de que, embora já não se espere um desastre, o empate político nos Estados Unidos deve outra vez retardar a recuperação mundial.


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