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Paula Cesarino Costa

Cabral e os índios

RIO DE JANEIRO - A polêmica desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do novo Maracanã, mexe em pontos sensíveis, mescla, dos dois lados da contenda, bons argumentos com velhas práticas políticas e confunde boas causas com ações condenáveis.

De um lado, o governo estadual escancara a ausência de diálogo e a falta de planejamento com o cerco desnecessário da tropa de choque e justificativas inconsistentes sobre exigências da Fifa. Não há dúvida de que é preciso mobilidade para o público que vai ao estádio, mas por que não incluir o prédio no projeto?

Do outro, constata-se a tibieza dos órgãos de patrimônio histórico na defesa de um bem agora considerado valioso, mas abandonado por anos e em deterioração, e a tentativa de sobrevivência de um pequeno grupo de índios que invadiu área que nada tem a ver com sua história, mas que lá pretende se manter por ser "ponto importante de venda de artesanato".

A decisão sobre a demolição do antigo museu não é de agora. Houve tempo para ouvir opiniões, debater alternativas e chegar a uma solução sem soldados. Não parece ter havido vontade política para isso.

As obras no entorno do Maracanã já criaram polêmica quando se anunciou a demolição de escola pública com 400 alunos, bem avaliada nos exames da educação básica. Só depois de muita grita dos pais, decidiu-se que a escola funcionaria durante o ano letivo de 2013 e que a demolição só ocorrerá após a transferência para uma nova unidade, nas férias.

Diálogo e transparência não estão em alta no governo do Rio. Como revelou decreto do governador que pretendia impor sigilo a documentos sobre a gestão financeira estadual, só revisto após reportagem nesta Folha.

São posturas incompreensíveis para um governador que foi reeleito com a maior votação da história do Estado, ao conseguir transformar a desacreditada segurança pública.


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