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Opinião

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Museu do vazio

Inaugurada há um ano, a nova sede do MAC (Museu de Arte Contemporânea) da USP, no antigo prédio do Detran no parque Ibirapuera, permanece mais vazia do que a tristemente célebre 28ª Bienal de São Paulo, em 2008.

Naquela época, a crise financeira da Fundação Bienal obrigou seu curador a deixar inteiramente deserto todo um andar do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, pois não havia obras para preenchê-lo.

Agora, variados entraves administrativos impedem que os oito andares do MAC possam receber o rico acervo do museu. São quase 10 mil obras, entre trabalhos de Picasso, Matisse, Miró, Kandinsky, Modigliani, Calder, Braque, De Chirico, Henry Moore, Tarsila, Di Cavalcanti, Volpi e muitos outros.

Hoje, só o térreo está aberto ao público. Os demais pisos não podem ser usados porque a Secretaria da Cultura do Estado ainda não conseguiu adquirir o sistema de segurança do prédio. Assim, não há como transferir o acervo.

Além disso, faltam serviços como estacionamento, restaurante e loja. Com apenas 18 obras expostas e tantos problemas, é natural que o MAC tenha recebido somente 21 mil visitantes em 2012 -um décimo do público do vizinho MAM.

O edifício do MAC não estará pronto em seu 50º aniversário, no próximo dia 8 de abril. É pena, porque a instituição finalmente encontrou um espaço adequado para reunir sua coleção numa localização apropriada.

Com efeito, a sede do MAC no campus da USP não vinha cumprindo a contento sua função cultural. Lá, a maior parte de sua coleção não saía da reserva técnica.

O problema nasceu com o próprio museu, criado em 1963 para abrigar a doação do acervo do antigo MAM (1.236 obras) e a coleção de Francisco Matarazzo Sobrinho (438 obras). Como observa o diretor do MAC, Tadeu Chiarelli, a universidade "adaptou-se como pôde a esse patrimônio", mas sem nunca ter criado um espaço digno dele.

A situação só mudou na gestão do secretário estadual da Cultura, João Sayad. Em 2007, ele ofereceu o prédio para que a USP ali instalasse o museu. Desde então já se passaram cinco anos. Não faz sentido deixar que esse acervo artístico fique escondido por mais tempo.


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