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Opinião

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Crédito próprio

Empréstimos direcionados para o consumo estão estagnados, mas expansão do financiamento imobiliário pode impulsionar a economia

Estão estagnados há quase dois anos no Brasil, a despeito dos esforços do governo, os empréstimos a pessoas físicas direcionados para o consumo. Responsável por boa parte do crescimento da economia durante o segundo mandato de Lula, a modalidade dá sinais de esgotamento.

De um lado, o comprometimento da renda com o pagamento de juros e amortizações atingiu níveis elevados. De outro, o volume dos empréstimos se aproxima de 15% do PIB, não muito distante da média internacional. São dois sinais de que não há mais espaço para manter a expansão do crédito no país sobre essas bases.

Existe, contudo, um segmento pouco explorado: o financiamento imobiliário. Apesar do deficit habitacional no país, o endividamento nessa modalidade está em 6,2% do PIB, mesmo após anos de crescimento acelerado -tendência que deve se manter, em razão da diminuição das taxas de juros.

Na maior parte dos países desenvolvidos e em alguns emergentes, são comuns níveis superiores a 30% do Produto Interno Bruto. Em certos casos, como nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Austrália, a cifra supera 80% do PIB.

No Brasil, o patamar baixo se explica pelo passado de instabilidade inflacionária -ninguém sabia quão longe poderiam chegar os juros de um empréstimo com prazo de 30 anos, por exemplo- e pela dificuldade jurídica que os bancos enfrentavam para retomar o imóvel em caso de inadimplência.

Ambos os fatores inibiam a disposição para conceder crédito e tornavam as taxas elevadas. O cenário começou a mudar na década de 1990, com a estabilização da moeda e as novas regras que deram maiores garantias aos credores.

Além disso, a burocracia para conseguir o empréstimo vem se reduzindo -o número de documentos exigidos caiu de 45 para dez-, mas o processo ainda é lento.

Em 2012, foram R$ 82,8 bilhões em novos desembolsos, uma alta de 3,6% frente ao ano anterior. Com R$ 269,6 bilhões no final do ano passado, o crédito imobiliário já superou o montante direcionado a veículos (R$ 201,3 bilhões).

Se persistirem os juros baixos e a estabilidade da economia, o país poderá contar com forte crescimento no setor habitacional nos próximos anos. Em 2013, já se espera um aumento de 15%.

O desafio será evitar bolhas de preço e afrouxamentos excessivos nos critérios de concessão de empréstimos. Mesmo que o novo cenário não leve a um crescimento acelerado do PIB, terá impactos positivos na economia. Um maior esforço de poupança das famílias não seria má notícia, num país ainda carente de investimentos.


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