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Paula Cesarino Costa

Vigiar é preciso

RIO DE JANEIRO - Quando, em 2010, foi questionado sobre o excesso de viagens nos primeiros anos de governo (tinha viajado mais do que o presidente Lula!), Sérgio Cabral disse que suas idas ao exterior eram positivas para o Estado e que não deixaria de fazê-las. "Viajo muito e vou continuar a viajar. Cada viagem é uma Copa [do Mundo], uma Olimpíada, é um projeto que a gente traz. A gente trabalha muito quando viaja", argumentou o governador.

Em Paris, assessores foram fotografados ao lado de empresários com guardanapos na cabeça. A assessoria só admitiu que a viagem havia durado cinco dias, e não dois, como informara anteriormente, após ser questionada pela Folha. "Essa viagem serviu para melhorar a imagem do Rio lá fora. Internacionalmente, a cidade tinha uma imagem de decadência, e nós revertemos isso", justificou.

Revelada a mentira, Cabral foi evasivo: "Nosso governo é de transparência e eficiência. Está tudo claramente divulgado na transparência fiscal".

Onde fica a transparência de um governo que omite 35 dias no exterior ao prestar esclarecimentos sobre as viagens internacionais? Compromissos internacionais, por si sós, não são bons nem ruins. O saldo que produzem é que deve ser analisado.

A Folha revelou que, em seu primeiro mandato, Cabral ficou pelo menos 134 dias no exterior, apesar de, em maio de 2012, sua assessoria ter informado que passara 99 dias ausente do país. No segundo, trocou as diárias que podiam ser fiscalizadas pelo uso de cartões de crédito corporativos. Seguindo padrão do governo federal, o Rio classificou os documentos que detalham as despesas com cartões como "reservados" e poderá mantê-los em sigilo por cinco anos. Não vai divulgar nem o quanto foi gasto, como faz a Presidência.

Em tempos de WikiLeaks, Cabral deveria refletir o que significa omitir ou dificultar o acesso a informações.

Vigiar é preciso. Viajar, nem tanto.


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