Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Juiz eletrônico

Após o teste sem percalços no Mundial de Clubes, em 2012, a Fifa anuncia que usará recursos tecnológicos para dirimir lances duvidosos em partidas da Copa das Confederações, que se realiza em junho, e da Copa do Mundo, em 2014.

A decisão parece trivial, mas equivale no meio futebolístico à derrocada de um dogma. Há anos a entidade máxima do esporte resiste à ideia de recorrer à TV ou a outro meio para auxiliar os árbitros em decisões críticas.

Um exemplo famoso é o gol validado a favor da seleção inglesa, na final da Copa de 1966, numa jogada em que a bola não teria cruzado a baliza defendida pela Alemanha. Os ingleses venceram o Mundial, mas o fatídico lance continua a ser questionado.

Foi justamente em casos como esse que a Fifa deliberou ceder. Nas duas competições que serão disputadas no Brasil, os estádios contarão com a chamada "tecnologia da linha do gol" (GLT, em inglês), que permitirá saber se a bola entrou ou não na meta.

Recurso análogo é usado nos torneios mais importantes do circuito mundial de tênis, nos quais os jogadores têm direito a um número limitado de "desafios" às decisões do juiz de linha. Quando isso ocorre, consulta-se a imagem gerada por um sistema eletrônico que mostra a trajetória da bola.

Os argumentos conservadores contêm, no entanto, pontos a considerar. É impossível, por exemplo, implantar a tecnologia em todos os campos oficiais do planeta. Cria-se, portanto, uma desigualdade na arbitragem do mesmo esporte.

Além disso, o futebol teria a peculiaridade de ser uma disputa na qual nem sempre vence o melhor. Fatores variados, alguns fortuitos, podem interferir numa partida e propiciar um placar inesperado. O erro de arbitragem, na visão dos que rejeitam a tecnologia, seria um desses fatores e precisaria seguir como parte do jogo.

É difícil, contudo, sustentar essa visão quando milhões de espectadores -para não falar de investidores e patrocinadores- podem constatar pela TV que a arbitragem errou num lance crucial.

Se há possibilidade de minimizar tais equívocos, ainda que somente em competições de ponta, não há por que deixar de fazê-lo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página