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Paula Cesarino Costa

Notas sobre a carioquice

RIO DE JANEIRO - Chove muito forte na cidade. Raios e trovões. Alagamentos e árvores caídas. Balanço trágico: quatro mortos e um garoto desaparecido. Em meio ao trânsito parado, dois gaiatos (expressão supercarioca) pegam suas pranchas e vão para a rua alagada surfar no asfalto. Divertem-se, gritam, como se fosse necessário buscar prazer onde só há aborrecimento e lamentação. A cena se repetiu anteontem à noite, à beira da lagoa Rodrigo de Freitas. Virou onda surfar debochadamente na chuva.

Espírito carioca.

Várias pessoas ficam em cima de um ônibus, sem ter como sair. Bombeiros não chegam. De algum lugar, surge um bote, a salvação para uma dezena de desesperados, só então resgatados. Nem tudo é cinismo na cidade. Solidariedade carioca.

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Noite de show no Rio. Só há fila, e grande, na entrada para convidados, os que têm nome na porta. As pessoas "normais" entram tranquilamente, sem aborrecimento. O VIP fica na fila porque quase ninguém gosta de pagar ingresso. Descolados cariocas não tiram a carteira do bolso.

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No restaurante, pai, mãe e amiga cantam parabéns para adolescente tímida e desanimada com o aniversário. As mesas ao lado engrossam o "Parabéns a você". Logo, todo o restaurante canta junto, e a menina ri, feliz. Alegria e gaiatice do carioca.

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Atenção à roupa e aos gestos. Na praia, na rua, no samba, no shopping, há sempre uma máquina fotográfica à espreita. Os "paparazzi" estão em toda parte. Qualquer um pode aparecer em um site de fofoca perto de suposta celebridade só por andar pelo Leblon. Coadjuvante de subcelebridade. Risco carioca.


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