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Análise Pesquisa Datafolha
Com segurança no emprego, brasileiro sustenta otimismo
Em dez anos, taxa dos que acreditam que país é um bom local para viver cresce 15 pontos percentuais
Sensação de estabilidade no trabalho tem salvado o governo da estagnação da economia
Dilma foi a única a apresentar evolução nas intenções de voto, fossem espontâneas ou estimuladas
Em dez anos, a taxa de brasileiros que consideram o país um lugar ótimo ou bom para viver cresceu 15 pontos percentuais. Entre os menos escolarizados e os de menor renda, esse índice subiu na mesma proporção.
A mesma tendência se observa na esperança que a população revela sobre melhores condições financeiras e maior poder de compra.
Como mostra o Datafolha hoje, essa percepção genérica, talvez um balanço subjetivo e indireto dos dez anos do PT no poder, alimenta a alta popularidade de Dilma e, neste momento, potencializa sua candidatura à reeleição em 2014 -a presidente da República foi a única a apresentar evolução nas intenções de voto, tanto espontâneas quanto estimuladas.
E a base da sensação de bem-estar não se resume à perspectiva de mobilidade social, inclusão no mercado consumidor ou acesso a políticas sociais.
Existe uma variável de grande correlação com todos esses fatores e que nos últimos dez anos apresentou mudança contundente -o sentimento de empregabilidade do brasileiro.
REDUÇÃO BRUTAL
Em 2003, 43% da população economicamente ativa do país enxergava alguma chance de perder o emprego. Atualmente, esse índice caiu pela metade.
No extremo oposto, a taxa dos que descartam qualquer possibilidade de serem demitidos chega agora a 75% -um crescimento próximo a 20 pontos percentuais em dez anos. Vale a nota de que no Nordeste essa evolução supera a média nacional.
O medo do que significa o desemprego na vida dos brasileiros também diminuiu significativamente. Em 2003, 34% afirmavam que ficar sem trabalho era o que mais temiam. Hoje, esse índice caiu para 15%.
Como consequência desse cenário, apesar de acreditar no aumento da inflação, a maior parte dos entrevistados aposta numa futura diminuição do desemprego e no aumento do poder de compra dos seus salários.
Pelo menos no período pré-eleitoral, a sensação de segurança no mercado de trabalho tem salvado o governo federal das movimentações da oposição no terreno político e das notícias de estagnação da economia.