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Ninguém governa sozinho, diz Dilma ao lado de Campos

Presidente usa evento com governador para cobrar compromisso de aliados

Petista define possível adversário do PSB como 'parceiro' e sugere que ele só teve êxito porque recebeu verbas federais

DANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL A SERRA TALHADA (PE)

A presidente Dilma Rousseff cobrou ontem compromisso dos partidos que apóiam seu governo ao discursar ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que ameaça romper com os petistas e concorrer contra Dilma nas eleições presidenciais de 2014.

"Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir um país com esta complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho", disse Dilma, que esteve com Campos na inauguração de uma adutora no sertão de Pernambuco.

Ao discursar antes da presidente, Campos lembrou o papel do PSB na eleição de Dilma e no apoio a seu governo: "Nosso conjunto político não tem faltado ao Brasil nem tem faltado apoio político ao governo de Sua Excelência."

Foi a primeira visita de Dilma a Pernambuco desde que Campos passou a se movimentar como candidato, fazendo críticas ao governo e reunindo-se com empresários e até políticos de oposição para discutir os seus planos.

Ele ainda não assumiu publicamente sua intenção de concorrer à Presidência e pretende adiar a definição o máximo possível, para ter condições de avaliar mehor suas chances antes de se lançar.

Em discurso de 50 minutos repleto de referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma referiu-se a Campos como "grande parceiro", mas sugeriu que os avanços do Estado durante sua gestão só foram possíveis por causa de investimentos feitos com recursos federais.

Dilma estimou em R$ 60 bilhões o volume de recursos liberados para Pernambuco pelo governo federal. Seus ministros -incluindo Fernando Bezerra, da Integração Nacional, que é do PSB e foi indicado por Campos- reforçaram a tese ao mencionar a ajuda de Brasília no evento.

Campos agradeceu o apoio do governo federal em seu discurso, mas disse à presidente que muitas ações que beneficiaram o Estado "vêm de antes do seu mandato".

O governador também fez um aceno aos tucanos ao indicar a estabilização da economia alcançada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como a base para os avanços sociais na era Lula.

"Construímos fundamentos macroeconômicos importantes [...] e, nos últimos dez anos, sob a liderança do presidente Lula [...] vimos essas condições fazerem o governo chegar aonde não chegava."

Em outro recado para o governador, Dilma afirmou em seu discurso que "não podemos esquecer de onde viemos, como não podemos nos esquecer dos compromissos políticos que ao longo de nossas vidas lutamos por eles".

Campos preocupa os petistas porque sua saída do bloco governista pode atrapalhar a estratégia traçada para a campanha de Dilma à reeleição, que aposta em um novo confronto com o PSDB.


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