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Assassinato de casal no PA começa a ser julgado

Para polícia, disputa por posse de terra motivou morte de extrativistas em 2011

Pela primeira vez, crime de repercussão internacional é julgado no sudeste do PA, região de tensão fundiária

DE MANAUS

Começou ontem, em Marabá (PA), o julgamento dos três acusados de matar, em 2011, o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo.

É a primeira vez que um crime de repercussão internacional é julgado no sudeste do Pará, região conhecida pela tensão fundiária e pela impunidade. Outros casos ocorridos no interior, como a morte da missionária Dorothy Stang, em 2005, acabaram sendo julgados em Belém.

De 1.018 mortes por conflitos de terra de 1985 a 2011 na Amazônia, segundo a Comissão Pastoral da Terra, apenas 30 casos foram julgados.

Segundo a polícia, o motivo do crime foi uma disputa pela posse de área no assentamento em que o casal vivia, em Nova Ipixuna (PA).

Extrativistas de castanhas, José Cláudio e Maria denunciavam madeireiros clandestinos e constavam em lista de líderes rurais ameaçados de morte da CPT.

Ontem, foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além dos réus. A previsão é que o julgamento seja concluído hoje.

Arrolada pela Promotoria, a testemunha Laísa Sampaio, irmã de Maria, relatou que o casal vinha sendo ameaçado e tinha um conflito com o agricultor José Rodrigues Moreira, acusado de ser mandante do crime. Um amigo do casal disse ter reconhecido o irmão de Moreira, também réu, na cena do crime.

A defesa procurou descrever José Cláudio como pessoa violenta e relacioná-lo a um outro assassinato. Uma testemunha da defesa chegou a ser acusada de falso testemunho. Primeiro réu a ser ouvido, Moreira alegou inocência.

O juiz Murilo Simão proibiu gravação de imagens e áudio da sessão, que mobilizou ativistas sociais, ambientalistas e representantes da Igreja Católica.

Entre os presentes estavam o ator Osmar Prado, representando uma entidade de direitos humanos, e o ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva Filho.


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