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Novo presidente do PP defende apoio à reeleição de Dilma

Senador Ciro Nogueira diz querer transformar partido em referência conservadora para a política brasileira

Político quer penas duras para usuários de drogas e se diz contra Comissão da Verdade e liberação do aborto

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Cortejado por todos os principais partidos que tentam chegar ao Planalto, o novo presidente do PP (Partido Progressista), o senador pelo Piauí Ciro Nogueira, se declarou pessoalmente favorável a uma aliança formal entre o seu partido e o PT para sustentar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Aos 44 anos, mas com uma longa carreira política (quatro mandatos de deputado federal antes do Senado), Nogueira faz uma ressalva sobre a necessidade de unificar a legenda. Em entrevista à Folha e ao UOL, ele reconheceu que hoje a situação é desfavorável para que o PP dê o seu tempo de TV e rádio para Dilma usar na campanha.

Só não deixa dúvida sobre sua preferência pessoal: "Eu defendo o apoio à presidente Dilma". É um posicionamento muito diferente da neutralidade mantida pelo ex-presidente do PP, senador Francisco Dornelles, do Rio, que em 2010 manteve a sigla neutra na disputa presidencial.

Nogueira não deseja hostilizar a ala anti-PT do seu partido e contrária ao apoio oficial à reeleição de Dilma, mas se empenha na construção de um consenso que possa resultar na aliança em 2014.

O fato de o PP comandar o Ministério das Cidades não implica uma aliança automática, pois essa também era a conjuntura em 2010. O que poderá mudar o cenário é um processo de consulta aos diretórios da sigla nos Estados.

Para Ciro Nogueira, a presidente e o PT terão de se esforçar para oferecer um acordo que não sufoque o PP nas disputas por vagas no Congresso e em algumas eleições de governadores.

"O PT, historicamente, é um partido que não costuma apoiar candidatos de outros partidos. Nós estamos precisando também de gestos do outro lado", diz o pepista.

O problema para esse acordo de apoio mútuo é que o PP tem como prioridade dois Estados nos quais o PT também deve ter candidato próprio ao governo: Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Nesse caso, seria necessário firmar um pacto de não agressão e garantir que Dilma se mantenha equidistante nessas disputas.

O PP é o herdeiro direto da Arena (depois renomeada como PDS), legenda de sustentação da ditadura militar (1964-1985). Embora a sigla já tenha feito acordos regionais com o PT, o acerto nunca foi reproduzido eleitoralmente em nível nacional.

O PP apoiando o PT em 2014 seria o fechamento completo do ciclo da redemocratização, com a união formal das duas forças mais antagônicas do fim da ditadura.

Se embarcar no projeto reeleitoral de Dilma, o PP sufocará ainda mais os presidenciáveis que tentarão concorrer contra a atual presidente.

Ideologicamente, o PP deseja ser o "partido conservador" do Brasil. Segundo Nogueira, "há um vácuo" que pode ser ocupado pela sigla.

Fala sem ressalvas que defende menos impostos e menos presença do Estado na economia. É a favor de endurecer as penas até para usuários de drogas. Não deseja flexibilizar a lei do aborto. Também quer reduzir a maioridade penal e se declara contra a Comissão da Verdade.


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