Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Alckmin tenta acabar com divisão no PSDB paulista

Governador busca conciliação após intervenção em disputa interna

Aliados oferecem cargo a deputado que controla o diretório estadual e desistiu de concorrer à reeleição após pressões

DANIELA LIMA (DIÓGENES CAMPANHA) DE SÃO PAULO

Depois de intervir diretamente na eleição para a presidência estadual do PSDB, o governador Geraldo Alckmin determinou a seus aliados que ponham fim na agenda de crise interna e busquem a composição com o grupo do deputado Pedro Tobias, que desistiu de disputar novo mandato à frente da sigla.

O deputado federal Duarte Nogueira, candidato do governador para a direção da sigla, desembarcará hoje em São Paulo para ter uma conversa com Tobias, que oficializou ontem sua saída do processo eleitoral interno.

Os dois têm um encontro marcado à tarde e a ordem é que Nogueira ofereça a ele espaços na nova executiva da legenda. O cargo que foi acenado pelo governo é a secretaria-geral. Apesar do trabalho nos bastidores, o governador não deu declarações sobre o assunto.

Tobias, que deixou o processo dizendo a aliados ter se sentido humilhado pelo governador, disse ao Palácio dos Bandeirantes que submeterá dois nomes para ocupar o posto. O emissário de suas sugestões será o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas, que apoiava o atual presidente na disputa.

DISCUSSÃO

Ontem, o dirigente divulgou uma carta em que anunciou à militância do partido sua desistência. Nas redes sociais, antes de enviar o texto, ele disse que o PSDB tem que "aprender a disputar".

Na carta, ele afirmou que sempre buscou dar "transparência" às decisões da sigla e que trabalhou para trazer a militância para o "o centro das discussões" na sigla.

Tobias desagradou o Palácio dos Bandeirantes ao tentar mudar as regras da eleição para a presidência do diretório estadual do PSDB, marcada para o dia 5 de maio. Ele aprovou em congresso estadual norma que ampliava o colégio eleitoral de 105 delegados do partido para quase 5.000 militantes.

A mudança beneficiaria sua reeleição, já que ele está há dois anos no cargo e lida diariamente com essas pessoas. Além disso, o aumento do número de eleitores minimizaria a influência do governo no processo.

Tobias deixou a disputa após discutir com Alckmin, por telefone, na noite de anteontem. O governador havia chamado o dirigente para uma reunião com Nogueira no Bandeirantes, mas Tobias não apareceu.

Irritado, Alckmin telefonou para o atual presidente do PSDB e disse expressamente que era contra a manobra que mudava as regras da eleição. Ele ainda afirmou que, se Tobias insistisse nessa tese, não iria à convenção estadual, onde acontece a eleição dos dirigentes.

O recado de Alckmin deixou claro que, reeleito nessas condições, Tobias seria um presidente de partido sem o apoio do governador, das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado e de prefeitos mais próximos a ele.

Na carta que endereçou aos militantes, Tobias não citou o governador, mas mencionou veladamente o descontentamento do governo com sua candidatura.

"Entendo que a política partidária é mais que disputar, ganhar ou perder. É preciso entender os sinais provenientes de todas as forças", escreveu."Que pese todo o apoio que recebi e recebo de nossa militância, decidi abrir mão da reeleição, deixando espaço para a composição e o entendimento."

Procurado, Nogueira disse que não gostaria de se pronunciar antes de falar com Tobias, mas afirmou haver espaço para uma composição "tranquila" entre os diversos grupos do partido.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página