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Ombudsman inicia quarto mandato inédito na Folha

Jornal tem função de representante dos interesses dos leitores desde 1989

Para Suzana Singer, momento mais difícil na função em 2012 foi o julgamento do caso do mensalão

DE SÃO PAULO

Pela primeira vez, um ombudsman cumprirá um quarto ano de mandato na função, na Folha. A jornalista Suzana Singer, 47, em comum acordo com o jornal, iniciou na última quinta-feira seu novo período como representante dos interesses dos leitores.

Singer vê a inovação com bons olhos, "porque permite consolidar o trabalho" e identificar "vários pontos que precisam ainda ser abordados".

Ela se considera privilegiada por poder acompanhar, da posição, "as mudanças na imprensa, no Brasil e no mundo", que estão acontecendo em grande velocidade. "Gosto muito deste trabalho", diz.

Por outro lado, anota que "é importante que haja renovação". Cita que, em jornais no exterior, há profissionais que ficam na função por até 15 anos, "o que impede um arejamento de ideias".

INTERAÇÃO

No último ano, relata Singer, o momento mais difícil na função foi o julgamento do mensalão, pelo acirramento nos ânimos políticos.

"É difícil manter a frieza na análise do que está sendo publicado diante de uma verdadeira guerra ideológica, de direita e de esquerda, que se trava na internet", diz.

Avalia que "o contrapeso à grande imprensa feito por blogs é salutar", porém, "muitas vezes, a última coisa que está em jogo é a verdade: aposta-se na confusão".

Singer relata que hoje, no cotidiano da função, "é importante acompanhar as discussões nas redes sociais e também ler os comentários nos textos do site", não bastando mais receber os e-mails dos leitores.

A ombudsman tem perfis no Twitter e no Facebook, com propósito principal de responder aos leitores. Também telefona semanalmente para formadores de opinião, de empresários a artistas.

Essa atividade é importante, diz, "porque o leitor que procura o jornal para comentar é uma parcela pequena, geralmente um consumidor heavy' [pesado] de mídia".

OUTRO ANDAR

Singer elogia a atuação da nova ombudsman do "New York Times", Margaret Sullivan, com presença constante nos debates de mídia social.

"Ela tem feito um ótimo trabalho, corajoso e ágil, discutindo rapidamente os principais questionamentos que surgem sobre o jornal", diz.

Por outro lado, questionada sobre o fim da função de ombudsman no "Washington Post", após 42 anos, comenta que é difícil acreditar que seja efeito da crise financeira do jornal, pelo baixo custo relativo do cargo.

"É uma pena, mas muitos veículos têm usado a desculpa da crise para acabar com as posições de ombudsman, o que significa menos transparência e menos prestação de contas", diz.

A Folha tem ombudsman desde setembro de 1989. No país, além do jornal, só tem a posição "O Povo", de Fortaleza (CE), e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Casada e com dois filhos, Julia, 10, e Miguel, 7, Singer lembra, por fim, que "muita gente pergunta onde fica fisicamente o ombudsman: eu fico numa sala separada da Redação, em outro andar".


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