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Polícia diz que menor pôs fogo em dentista e prende suspeitos
Jovem de 17 anos e dois adultos foram detidos sob a suspeita de assalto em que vítima foi queimada no ABC
Alckmin diz lamentar 'mais um menor' envolvido em crime e volta a defender punição mais dura
A Polícia Civil prendeu ontem três suspeitos de participação na morte de uma dentista durante assalto em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e disse que um adolescente de 17 anos confessou ter colocado fogo na vítima -- que foi queimada viva.
O jovem, que completará 18 anos em junho, foi apreendido na madrugada com outros suspeitos na favela Santa Cruz, em Diadema. Um quarto homem está foragido.
Todos confessaram participação no assalto, segundo a polícia. Mas a responsabilidade por atear fogo foi assumida pelo menor de idade. Ele afirmou que estava sob efeito de cocaína.
Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, foi abordada pelos assaltantes na última quinta, quando atendia um paciente em seu consultório.
Dois integrantes do grupo ficaram no local e outros dois saíram para sacar dinheiro da conta bancária da dentista. Mas só conseguiram R$ 30.
O adolescente, segundo Elizabeth Sato, diretora do DHPP (departamento de homicídios), admitiu ter ateado fogo à dentista por ter "ficado irritado" ao saber que ela só tinha R$ 30 na conta.
Ela afirmou que ele e Victor Miguel Souza Silva, 24, jogaram álcool e ameaçaram a vítima com um isqueiro enquanto parte do grupo buscava um caixa eletrônico.
A dentista estava amarrada, com as mãos para trás, quando foi queimada viva.
O jovem de 17 anos, de acordo com Sato, já teve passagem pela Fundação Casa (antiga Febem), para onde foi levado ontem novamente.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que lamentava a participação do jovem no crime.
"Lamentavelmente mais um menor, a gente tem visto menores em crimes extremamente hediondos", disse Alckmin, que defendeu mudanças no Estatuto da Criança e Adolescente para endurecer a punição de jovens.
Ontem, cerca de 300 pessoas, segundo a PM, participaram de passeata na av. Paulista pela redução da maioridade penal. O ato contou com parentes de vítimas de crimes.
Entre os presos ontem está Jonatas Cassiano Araújo, 21, que havia sido filmado pelo sistema de segurança de um posto de combustíveis. Ele usou um carro de sua mãe, um Audi, no assalto. Também foi apreendida uma pistola usada no crime.
Foram apreendidos ontem outros dois menores de idade que estavam com os suspeitos --mas que não participaram no assalto.
O adolescente e Araújo tingiram seus cabelos no tempo em que ficaram foragidos.
A polícia investiga a participação da quadrilha em outros seis casos, a maioria em clínicas odontológicas (eles confessaram quatro casos).
Ela disse que os suspeitos têm um advogado, mas não revelou seu nome nem contato.
