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Secretários do ambiente são presos no Rio Grande do Sul

Polícia Federal detém responsáveis pela área no Estado e na capital gaúcha

Segundo a polícia, empresas pagavam propina a consultores para conseguir licenças para seus projetos

DE SÃO PAULO

A Polícia Federal prendeu ontem os secretários do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre em operação contra supostas fraudes em licenciamentos ambientais em órgãos públicos.

Após serem informados das prisões, o governador Tarso Genro (PT) e o prefeito José Fortunati (PDT) afastaram os secretários Carlos Niedersberg (PC do B), do Estado, e Luiz Fernando Záchia (PMDB), do município.

Também foi detido o ex-secretário estadual do Meio Ambiente Berfran Rosado, que esteve à frente da pasta no governo Yeda Crusius (PSDB). As prisões, 18 ao todo, também incluíram empresários e consultores ambientais.

Segundo a PF, empresas de mineração e construção civil que precisavam licenciar empreendimentos contratavam consultores ambientais, espécie de "despachantes", para atuar como intermediários junto a servidores corruptos nos órgãos licenciadores.

Mediante pagamentos de propina, que variavam entre R$ 20 mil e R$ 70 mil, empreendimentos em desacordo com a lei eram liberados ou licenças eram agilizadas. São apurados entre 30 e 40 processos de licenciamento.

"Houve procedimento em que o prazo para licença levou uma tarde, tempo recorde", disse o delegado da PF Thiago Delabary.

Ainda segundo a polícia, algumas propinas eram pagas na forma de "presentes" --que não foram divulgados.

As investigações duraram quase um ano. Os empreendimentos beneficiados ficam na região metropolitana de Porto Alegre e no litoral norte do Estado. A PF não divulgou os nomes sob a justificativa de segredo de Justiça.

As prisões temporárias (por cinco dias) foram determinadas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A PF também cumpriu 29 mandados de busca e apreensão.

Em toda a operação, segundo a polícia, foram apreendidos R$ 468 mil, US$ 44 mil, € 5.280 e seis armas.

À tarde, a oposição na Câmara de Porto Alegre começou a coletar assinaturas para abrir uma CPI. O governo Tarso nomeou a chefe-adjunta da Casa Civil, Mari Perusso, para o Meio Ambiente.

Os advogados dos políticos detidos disseram que, sem acesso ao inquérito, não poderiam comentar as acusações. O chefe da Casa Civil do governo gaúcho, Carlos Pestana, disse que houve surpresa com as prisões.

Em outro caso, no ano passado a Polícia Federal acusou o governo do Paraná de crime contra o meio ambiente. Segundo as investigações, a Sanepar, companhia de saneamento do Estado, poluía o rio Iguaçu ao não tratar o esgoto a contento.

A empresa teve 39 funcionários, incluindo diretores, indiciados sob a suspeita de crime ambiental, estelionato, falsidade ideológica e outros delitos. O inquérito está em andamento.


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