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Análise

Frágil nos Estados, tucano experimenta agora um pouco de seu próprio veneno

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Com dificuldades para montar palanques fortes nos Estados, o senador Aécio neves (PSDB-MG) está prestes a experimentar um pouco do veneno que ele próprio administrou em colegas em disputas presidenciais passadas.

Em 2006, era comum ouvir que em Minas Gerais muitos eleitores eram estimulados a adotar o voto "Lulécio": em Lula para presidente e em Aécio para governador. Em 2010, foi a vez do "Dilmasia" ""em Dilma Rousseff para presidente e em Antonio Anastasia (do PSDB e apoiado por Aécio) para governador.

Nessas duas eleições, os tucanos candidatos a presidente, Geraldo Alckmin e José Serra, respectivamente, sofreram nas mãos de Aécio e dos eleitores mineiros.

Esse tipo de mistura heterodoxa de partidos e ideologias não é nova nem necessariamente uma traição produzida apenas por maldade. É também uma questão de sobrevivência política. Aos candidatos a governos estaduais interessa primeiro o sucesso local. Depois, se possível, vão ajudar os postulantes federais de suas legendas.

O quadro se agrava num cenário em que há uma fragmentação partidária ""e uma administração federal sem pudor na hora de aumentar o número de ministérios para ampliar o condomínio governista. Dilma Rousseff tem no momento 39 pastas, um recorde na história do Brasil.

Há um componente extra. O PT já perdeu toda a cerimônia quando se trata de apoiar adversários do passado. De Paulo Maluf a José Sarney, todos são vistos como potenciais aliados do projeto reeleitoral de Dilma.

Com o PT aberto a alianças antes consideradas impensáveis pelos petistas de raiz, fica muito reduzida a margem de manobra para a oposição.

Basta comparar com as eleições de 1994 e 1998, quando Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente. Partidos como o PTB, o PMDB ou o PP estavam 100% fora do radar para se tornarem aliados do PT. Hoje, a história é bem diferente.

O que sobra para tucanos e outros opositores são siglas menores e desidratadas. O DEM, por exemplo, pode até apoiar Aécio, mas cobrará caro nos Estados e entregará de volta uma mercadoria bem menos atraente do que antes.

Em 1998, ao sustentar a reeleição de FHC, o DEM (ainda PFL) fez uma bancada de 105 deputados. Hoje tem só 28 cadeiras na Câmara e pode ser a maior sigla (fora o PSDB) a apoiar Aécio. Se é assim no plano federal, não é surpresa que o tucano esteja sofrendo para construir uma teia de aliados robustos e fiéis nos Estados.


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