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Análise

Após 17 anos, caso esbarra na fragilidade das provas

PAULO PEIXOTO DE SÃO PAULO

Além de expor a morosidade da Justiça brasileira, o processo contra os seguranças envolvidos no caso PC Farias --no banco dos réus 17 anos após o crime-- esbarra na fragilidade das provas.

Na ocasião do crime, junho de 1996, a Polícia Civil alagoana permitiu a destruição de provas pouco após as mortes. O colchão e as roupas de cama do quarto foram queimados e as divisórias, retiradas.

A justificativa da polícia para a destruição foi que o caso já estava resolvido como crime passional: Suzana matou PC e se suicidou. Simples assim. Laudo do perito Badan Palhares corroborou a tese.

É preciso questionar o porquê da destruição de provas de modo tão rápido, se era somente um caso passional.

Fatos que vieram em seguida sugerem que o crime não foi tão simples assim.

Em 1999, a Folha divulgou fotos de Suzana provando que ela era mais baixa do que PC. O laudo de Palhares atestava que ela era mais alta do que o namorado --questão técnica fundamental para determinar a trajetória da bala e dizer se houve ou não suicídio. Por causa disso o caso não foi arquivado.

Ex-funcionários de PC, mesmo após três anos do crime, diziam ter medo e se calaram. A ameaça chegou também ao jornalista Ari Cipola (1962-2004), então correspondente da Folha em Maceió, que recebeu proteção federal.

Preservar o local do crime é a primeira providência da polícia. Ao não adotar essa regra, vários elementos que poderiam ter sido esclarecidos ficarão sem resposta.

O Ministério Público admite a fragilidade e se esforça agora em tentar condenar os que supostamente se omitiram na função que lhes cabia: proteger a vida de PC.


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