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Campos faz recuo tático para evitar ataques

Governador de PE trocou superexposição por articulações discretas, mas mantém propósito de rivalizar com Dilma

'Minha estratégia é o tempo', tem repetido; ele buscará manter a postura cautelosa até o dia 4 de outubro

NATUZA NERY FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), trocou a superexposição dos últimos meses por articulações de bastidores. Mas não alterou seu propósito de rivalizar com a presidente Dilma Rousseff.

Para evitar ser um alvo prematuro de petistas, como já vinha ocorrendo, Campos mudou de tática. Fez um recuo temporário. Está mais reservado. Fala menos sobre sua disposição de concorrer ao Palácio do Planalto no ano que vem.

Dessa forma, calcula um aliado, evita a ruptura com o governo antes da hora. Não espanta correligionários contrários a um voo solo e semeia a dúvida no PT sobre a conveniência de tratá-lo, desde já, como adversário.

"Minha estratégia é o tempo", repete o governador.

Eduardo Campos passou o primeiro trimestre "desfilando em carro alegórico". Apontou defeitos no governo e convenceu até mesmo os mais incrédulos sobre seu desejo de se lançar à Presidência.

O movimento acabou atraindo reações, o que levou o governador a optar por um recuo tático e a preferir um figurino mais moderado.

Segundo a Folha apurou, buscará manter cautela até o dia 4 de outubro, limite para mudanças de partido por políticos interessados em concorrer no ano que vem.

O Rio de Janeiro é dado como exemplo. Lá, se o PT decidir apoiar o candidato do PMDB, Eduardo Campos buscará o petista Lindbergh Farias para lançá-lo ao posto pelas mãos do PSB. Se isso não ocorrer, tentará um palanque pelo PMDB.

Assim define um socialista: "Eduardo tem sangue 'O' positivo", pode receber transfusão de qualquer lugar.

Outubro marca o fim do prazo para a temporada dos ataques especulativos. Até lá, estrategistas do governador esperam que ele pontue cerca de 10% nas sondagens eleitorais. Em pesquisa feita há um mês por Diego Brandy, seu guru na área, Campos teria oscilado de 4% a 7% em quatro Estados: São Paulo, Rio, Minas e Bahia.

Em julho, o PSB fará uma reunião da sua Executiva Nacional. Campos, também presidente do partido, lembrará a todos o processo de definição da legenda em outras corridas para o Planalto. Em todas, o apoio só foi fechado no fim do primeiro trimestre do ano eleitoral. Ou seja: ele só se lançará oficialmente em março do ano que vem.

O pessebista tem esperanças de construir uma candidatura com partidos mais à esquerda. Mas no seu entorno há também defensores de ter o DEM numa aliança.

A Folha apurou que o objetivo central do PSB para tentar chegar ao segundo turno em 2014 é ter ao menos cinco minutos de tempo de TV.

Campos tem mantido ativa sua agenda de contatos. Ontem, esteve com Marina Silva. Assinou uma ficha de apoio à criação do partido Rede. Convém a ele assegurar o maior número de concorrentes no ano que vem.

Também almoçou com Gilberto Kassab, do PSD. Ambos combinaram ser aliados em Pernambuco, embora em lados opostos no plano nacional -Kassab deve dar seu tempo de TV para Dilma.


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