Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Cenografia melhorou, mas discurso continua sem inovar

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Quando se compara a convenção nacional tucana realizada ontem a outras das últimas décadas é necessário reconhecer que a cenografia melhorou. Mas o discurso continua sem um eixo novo. E o esforço de marketing é modesto frente ao estilo petista.

O senador mineiro Aécio Neves fez sua apresentação no final do evento com muitas menções a fatos passados. Ofereceu pouco de concreto sobre o futuro. Pré-candidato tucano ao Planalto em 2014, ele parece refém de um dilema comum aos políticos tradicionais: agradar aos aliados ou focar no futuro e nos interesses dos eleitores?

Tome-se o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O PSDB parece arrependido por ter renegado o legado de FHC na Presidência de 1995 a 2002. Nas últimas semanas houve uma onda de documentos e declarações enaltecendo os feitos fernandistas. Na convenção foi projetado um filme.

"O Fernando Henrique ficou muito feliz", relata o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Mas o que os marqueteiros devem se perguntar é: quantos votos ganha Aécio quando FHC aparece numa propaganda?

No QG do PT em eleições passadas, marqueteiros comemoravam sempre que a imagem do ex-presidente tucano surgia na TV. Brasileiros que votarão em 2014 com 20 anos tinham 8 anos quando FHC deixou o Planalto. Para esse grupo, falar do Plano Real ou da proclamação da República é quase igual.

Encontros partidários no Brasil têm uma função limitada. Quem participa é para dizer amém. Ontem, Aécio foi eleito presidente da sigla com 97,3% dos votos. Esses eventos servem sobretudo para gravar imagens para propagandas de TV. Mas nesse quesito o senador precisa melhorar.

Aécio tinha um discurso preparado, só que preferiu não usar um teleprompter (o equipamento que permite ao político ler um texto, olhando para frente, de maneira natural). Acabou invertendo vários trechos. Usou um tom de voz gritado, ruim para a TV. Nem sempre esteve posicionado da melhor maneira para as lentes.

Hoje é raro um político dispensar o teleprompter. Barack Obama, Lula e Dilma Rousseff são entusiastas do equipamento. Aécio criticou o atual governo federal petista pelo excesso de propaganda, que de fato é usada em grande volume. Mas sem uma boa propaganda, dificilmente o PSDB conseguirá tirar o PT do Planalto.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página