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Irmão convoca Ciro para debelar crise na área de segurança no Ceará
Preocupado com criminalidade, governador Cid Gomes usa ex-ministro como secretário informal
Ciro dá até entrevista sobre o assunto; oposição critica e aponta 'confusão administrativa'
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) foi acionado para combater o aumento dos índices de criminalidade no Ceará e virou uma espécie de "secretário informal" da pasta de Segurança Pública do Estado, cujo governador é seu irmão Cid Gomes (PSB).
A convite de Cid, Ciro --que já governou o Estado-- passou, nos bastidores, a opinar nos assuntos da secretaria e dar orientações, mesmo sem ocupar cargo no governo. A colaboração tem ocorrido há cerca de dois meses.
Nesse cenário, políticos locais apontam o enfraquecimento do atual secretário, coronel Francisco Bezerra, e afirmam que Ciro age como se fosse o secretário de fato.
"Ele oficialmente não faz parte do governo, mas age como se fizesse", afirma o deputado estadual Heitor Férrer (PDT). A presença informal do ex-ministro no governo do irmão tem provocado protestos da oposição, que acusa a gestão estadual de "confusão administrativa".
Nesta semana, Ciro Gomes saiu dos bastidores da pasta e até mesmo deu entrevista prometendo demissões na Polícia Militar caso haja nova ameaça de greve --a PM do Ceará fez uma paralisação no fim de 2011.
"Desta vez, cabeças rolarão", afirmou o ex-ministro, segundo jornais locais.
Para encerrar a greve, o governo aumentou o salário e deu anistia aos PMs.
A anistia em âmbito administrativo foi aprovada na Assembleia Legislativa do Ceará, mas a anistia criminal ainda tramita no Senado.
A situação da segurança preocupa o governo, já que a violência cresceu neste ano. Somente na capital, Fortaleza, o número de homicídios subiu 30% nos quatro primeiros meses do ano em relação a igual período de 2012, chegando a 662. As mortes concentram-se na periferia.
NOTA
A Secretaria de Segurança diz, em nota, que Ciro desempenha, "de forma voluntária, sem remuneração ou cargos, importante papel como conselheiro do governo do Ceará na área de segurança" e conta com "apoio irrestrito" do secretário.
A pasta informa ainda que o ex-ministro ajuda na interlocução entre os órgãos da segurança e universidades, intelectuais e ONGs (Organizações Não Governamentais) para "traçar perfis e estabelecer objetivos para a redução da criminalidade".
