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Homem forte da economia é alvo de críticas no governo

Após ordem de Dilma, Planalto tenta blindar secretário do Tesouro contra fogo amigo, que tem vindo inclusive do PT

Arno Augustin é hoje um dos auxiliares mais próximos de Dilma e deve integrar a chefia de sua campanha em 2014

SHEILA D'AMORIM NATUZA NERY VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

O governo montou um esquema para tentar blindar contra o fogo amigo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, hoje um dos mais próximos servidores da presidente Dilma Rousseff.

Segundo a Folha apurou, a orientação para preservar o auxiliar partiu da própria chefe, que deseja pôr fim nas disputas e desavenças dentro da equipe econômica.

O problema é que o prestígio de Arno no gabinete presidencial cresce na mesma proporção das críticas à sua atuação no cargo.

Os reparos contra os movimentos do secretário do Tesouro antes partiam mais do setor empresarial, mas agora ganharam força no governo e até dentro do PT, seu próprio partido, depois da queda do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Em setores do PT, sobretudo da seção paulista, teme-se que, num eventual segundo mandato de Dilma, Arno venha a ser o ministro da Fazenda, já que Guido Mantega não deve, inclusive por opção pessoal, ficar no cargo.

Arno foi admitido recentemente nas articulações para reeleger Dilma em 2014 e é um dos nomes que vão integrar a futura coordenação da campanha petista.

INTERVENCIONISTA

As críticas a Arno chegaram até mesmo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por empresários, conselheiros econômicos e colegas de legenda.

Nessas rodas, ele é criticado principalmente por seu perfil intervencionista e pelo suposto hábito de mudar de opinião para sempre concordar com a presidente. Aos queixosos, Lula teria dito que o petista vem, de fato, acumulando muitos papéis.

Arno esteve por trás de quase todas as ações do Executivo de um ano para cá. Em 2012, foi acusado de desmontar o novo código de mineração, que já estava quase pronto, ao querer rediscutir detalhes da proposta.

Isso gerou forte resistência na área técnica. Afinal, o marco só deve ficar pronto agora, justamente em um momento de turbulência no Congresso.

Desde que Barbosa saiu em férias, para então sacramentar seu desligamento da Esplanada, Arno passou a divulgar sua agenda oficial, o que até há pouco tempo se recusava a fazer.

Diariamente a Fazenda divulga a agenda do ministro Guido Mantega e de seus secretários, atendendo a uma exigência legal.

Técnicos da pasta evitam entrar no mérito da rivalidade Arno/Barbosa, mas alertam que o contraponto era saudável. Isso porque é quase generalizada a percepção na Esplanada de que o chefe do cofre de Dilma é pouco aberto ao debate.

PERFIL

Dentro da Fazenda, Mantega também quer acabar com o clima de confronto. A disposição do ministro é efetivar no comando da secretaria-executiva Dyogo Oliveira, adjunto de Barbosa.

Com isso, a secretaria voltaria a ter um perfil técnico, cuidando da máquina da Fazenda. Com Barbosa, o posto havia ganhado mais importância, já que ele era um dos principais formuladores da presidente Dilma.

O protagonismo de Arno é visto com preocupação também entre partidos aliados. Em um jantar recente do PMDB na residência oficial da Vice-Presidência da República, congressistas e governadores da sigla reclamaram do secretário do Tesouro.


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