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Alves devolve dinheiro de carona em avião da FAB

Presidente da Câmara diz que errou ao levar parentes ao Rio em jato oficial

Valor de devolução foi baseado em voo comercial; deputado afirma que cumpria agenda de trabalho

MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA LEANDRO COLON DE SÃO PAULO

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), devolveu ontem à União R$ 9.700 referentes, segundo ele, ao valor da carona que deu a sete pessoas em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para assistir ao jogo entre Brasil e Espanha, domingo no Maracanã.

A devolução ocorreu depois de a Folha revelar que ele usou um jato C-99 da FAB para buscar os passageiros em Natal na noite de sexta-feira. Foram todos para o Rio e retornaram no domingo, às 23h, após a final da Copa das Confederações.

Alves afirmou que "errou" no episódio. "Meu erro, e aqui eu reconheço, foi ter permitido que pessoas me acompanhassem pegando carona nesse voo para o Rio. Por esse erro, estou aqui reconhecendo e já mandei ressarcir o valor de cada passagem correspondente", disse.

Os R$ 9.700,00, segundo sua assessoria, foram baseados numa média do custo dos bilhetes aéreos referentes àqueles trechos.

O cálculo foi baseado em voos comerciais. O jatinho da FAB, contudo, foi fretado apenas para os oito passageiros --Alves e seus convidados.

Procurada pela Folha, a FAB disse que o valor gasto com os voos do deputado não podem ser divulgados por questões de sigilo estratégico e militar.

A reportagem fez cotação com duas empresas, TAM e Líder Aviação, que oferecem serviços de fretamento particular. Nas mesmas condições de datas, trechos e número de passageiros, o valor mais barato saiu por R$ 158 mil.

Estavam no avião da FAB a noiva do deputado, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara.

Um amigo de Arturo também entrou no voo de volta. Todos aproveitaram para passear no Rio no sábado e, no dia seguinte, foram ao estádio no período da tarde.

EXTRAOFICIAL

Alves negou que estivesse fazendo turismo. Segundo o deputado, ele foi recebido pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), na residência oficial, na Gávea Pequena, para discutir o cenário político. A reunião não consta na agenda oficial dos dois. "Houve uma agenda previamente divulgada com o prefeito Eduardo Paes, que me recebeu para um almoço na Gávea Pequena, onde conversamos sábado pela manhã", disse.

O decreto 4244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver "motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente".

O decreto não esclarece quem pode ou não acompanhar as autoridades.


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