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Marina diz que ela e Campos são 'possibilidades' para 2014

Ex-senadora afirma que 'não interessa' discutir posição na chapa do PSB agora

Para fundadora da Rede Sustentabilidade, filiação no último dia do prazo legal foi ato de 'legítima defesa'

RANIER BRAGON MATHEUS LEITÃO DE BRASÍLIA

Três dias depois de anunciar a adesão ao projeto eleitoral de Eduardo Campos (PSB), a ex-senadora Marina Silva reafirmou à Folha que a candidatura "posta" ao Palácio do Planalto é a do governador de Pernambuco, mas disse que ambos são "possibilidades" e sabem disso.

"Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer e estamos abertos a esse processo."

Marina concedeu entrevista de mais de uma hora no apartamento em que disse ter tido a ideia de formar a aliança com o pernambucano, na madrugada de sexta-feira.

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Folha - Como a sra. define sua decisão de aliar-se a Campos?
Marina Silva - Duas questões estavam colocadas: me recolher no conforto da minha militância, e a maioria começava naquele momento a achar que o melhor era não termos a candidatura, nos dedicarmos ao registro da Rede, ou à possibilidade de uma anticandidatura. Isso para mim seria confortável.
A outra coisa era procurar outro partido, e o PPS era o que mais se aproximava dessa possibilidade, porque não seria um partido com fragilidade em termos de representação social, ninguém poderia dizer olha, é uma pura e simples sigla de aluguel'. Então isso [aliança com o PSB] é coerente com tudo isso.

Essa opção não dificulta a quebra da polarização, já que há menos candidatos de oposição?
Quem vai definir a eleição de 2014 não é o tempo de TV, não é estrutura de campanha. É a postura. Esse Brasil que se colocou em junho [manifestações de rua], ele está querendo uma postura.

Para os militantes que estão decepcionados com essa saída, o sonho acabou?
Para eles e para os que estão acreditando na potência, no gesto, só a história dirá. Mas não é incoerente com a lógica da Rede.

A sra. não teme perder votos?
Aqueles que divergirem têm o direito de não votar, têm o direito de não concordar, isso é democracia. Eu não sou Deus, e nem [com] Deus todo mundo concorda.
Muita gente me pergunta: Senadora, isso foi uma vingança?' Eu digo: foi um ato em legítima defesa da esperança, da esperança de ver que é possível uma aliança programática, de ir para uma disputa com uma agenda em que a sociedade se comprometa com ela, dando um termo de referência não só para o atual governo, mas para aqueles que virão.

Como vai lidar com as diferenças com o PSB?
A ferramenta de manejar a diferença é o programa. A Rede não está se fundindo com o PSB, não sou uma militante do PSB. É uma filiação democrática transitória. Sou a porta-voz da Rede, militante da Rede. Meu partido é a Rede.

A sra. descarta a sua candidatura à Presidência?
Tanto eu como o Eduardo discutimos que não íamos colocar isso a priori, senão vamos contaminar o nosso debate. Não estamos discutindo, para além do que está posto, que é candidatura dele, quem vai ficar aqui e ali.
Estou partindo do princípio que a candidatura dele está posta. Se a aliança prospera com ele, e a candidatura dele posta, a Rede terá ali o caminho da sua viabilização.
Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer, e estamos abertos a esse processo. Mas se você me pergunta qual é a minha prioridade, é a de que prospere o programa, a aliança, e que a gente possa, a partir do que foi sinalizado, ter a candidatura que já estava posta.

É possível a sra. ser candidata pelo PSB?
Se a gente ficar discutindo candidatura, a gente vai fazer exatamente o contrário daquilo que eu queria: discutir o programa. É um outro momento político. A candidatura que já está posta, está posta. Nós estamos discutindo um programa.

Na Rede esse assunto é dominante. Se a sra. olhar na sua página do Facebook...
Mas, se olhar na página do Eduardo, verá que o assunto que domina é o desejo de que ele seja candidato. É a vontade das pessoas. Eu e o Eduardo [Campos] estamos em um gesto maduro de tentar dar uma contribuição para a política no Brasil.

A sra. aceitaria ser vice do Eduardo Campos?
A minha possibilidade é de trabalhar para que o programa e a candidatura que o Eduardo Campos hoje representa assuma compromissos com a sustentabilidade política, social, ambiental, cultural, esse é o meu compromisso, essa é a minha cobrança.
Em nenhum momento falei de lugar na chapa, a única coisa que fiz foi dizer: reconheço a sua candidatura, e gostaria de saber se há disposição para aprofundarmos uma coligação programática, aonde faço uma filiação ao PSB para registrar formalmente essa aliança programática'.

A sra. se sente confortável com o apoio do Ronaldo Caiado [deputado identificado com os ruralistas] a Campos?
O Caiado e eu somos tão coerentes que, se a aliança prosperar comigo, ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está pedindo.


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