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Barbosa admite ser candidato no futuro

Presidente do Supremo nega que queira disputar Presidência em 2014, mas diz que irá 'refletir' após aposentadoria

Ministro afirmou que deve deixar a corte antes dos 70 anos e fez críticas ao sistema político em palestra

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, afirmou ontem que poderá ser candidato em eleições futuras caso "surja o interesse" após sua aposentadoria.

Barbosa, que tem 59 anos, também aproveitou para dizer que deve deixar o Supremo antes dos 70 anos, quando os ministros são obrigados por lei a deixar suas funções na corte.

Na mesma entrevista, voltou a afirmar que não pretende concorrer à Presidência da República no ano que vem.

"Nunca cogitei [concorrer em eleições]. Sempre tive uma carreira técnica. No dia em que deixar o Supremo, como entrei muito jovem, eu terei ainda tempo para refletir sobre isso. Acho difícil exercer a carreira no Supremo até os 70 anos. Eu não tenho no momento nenhuma intenção de me lançar candidato à Presidência da República. Pode ser que no futuro surja o interesse."

Caso tenha vontade de disputar cargo público em 2014, Barbosa pode se filiar a um partido político até seis meses antes da eleição de 5 de outubro. Por ser juiz, ele se enquadra em uma exceção da lei que dá prazo de um ano antes do pleito --já encerrado-- para o cidadão comum.

As declarações do ministro vieram em entrevista após ter dado palestra na 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo, realizado no Rio.

Ao ser questionado sobre seus planos para 2018, Barbosa disse que pretende estar em uma "bela praia".

No evento, o presidente do Supremo participou de um debate sobre os avanços e retrocessos institucionais no Brasil com os jornalista Rosental Alves, da Universidade do Texas, e com Fernando Rodrigues, que é colunista da Folha.

Questionado se possui alguma simpatia pelos candidatos que deverão concorrer à Presidência da República, o ministro foi enfático ao demonstrar insatisfação com o atual cenário político.

"Muito difícil [ter simpatia por algum candidato]. O modelo político partidário não me agrada nem um pouco", afirmou.

Em sua fala inicial, o ministro já havia feito críticas às instituições políticas brasileiras, ao afirmar que considera que o povo tem sido "sistematicamente colocado à parte das decisões no país" e que "são muitos os desafios que temos no plano das nossas instituições".

"O voto obrigatório, impossibilidade de candidatura avulsa, excesso assombroso de partidos, mercantilização e coronelismo. Eis aí um pequeno catálogo da natureza política brasileira", disse.

Não faltaram ainda críticas ao Judiciário. Barbosa criticou problemas como "lentidão, militância exacerbada e, em alguns casos, uma absoluta falta de compromisso de alguns magistrados".


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