Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Promotor quer ouvir Lula sobre caixa dois

Ex-presidente será chamado para depor sobre doações da campanha de 2002, mas sem obrigação de comparecer

Inquérito foi aberto no ano passado, após nova denúncia feita por operador do mensalão durante julgamento

DE BRASÍLIA

O Ministério Público do Distrito Federal quer chamar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor em investigação sobre a suposta prática de caixa dois na campanha que o elegeu em 2002.

A investigação foi aberta após denúncia feita no ano passado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do esquema do mensalão, que será notificado para depor também.

Eles não serão obrigados a comparecer ao Ministério Público, porque foram chamados como testemunhas. "Devemos chamar os dois, mas não é obrigatória a presença", disse o promotor Mauro Faria, responsável pelo inquérito na Promotoria Eleitoral.

A informação foi publicada primeiro pela revista "Veja" na edição desta semana. Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Lula afirmou que não iria comentar o caso.

No depoimento do ano passado, prestado quando o julgamento do mensalão ainda estava em andamento, Valério disse que a siderúrgica Usiminas doou R$ 1 milhão à campanha de Lula fora da contabilidade oficial. Procurada, a assessoria de imprensa da empresa não respondeu até a conclusão desta edição.

O Ministério Público abriu seis investigações preliminares para apurar as novas denúncias de Valério e anexou trechos do seu depoimento a duas outras em andamento.

Valério afirmou também que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e o português Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram uma doação eleitoral de US$ 7 milhões para o PT.

Lula e Horta negaram no ano passado que tivessem discutido o assunto. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, chegou a classificar o depoimento de Marcos Valério como "invencionice".

Segundo investigadores, o operador do mensalão disse que os depósitos foram feitos por fornecedores da Portugal Telecom em Macau, na China.

Como a Folha informou em junho, Valério recusou-se mais tarde a colaborar com essa investigação, permanecendo calado quando foi chamado para depor novamente, esvaziando a investigação.

Ele disse que só aceitaria cooperar se pudesse obter benefícios em outros inquéritos criminais abertos contra ele.

Para tentar rastrear o dinheiro, a Polícia Federal pediu ajuda ao DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos), órgão do Ministério da Justiça especializado na busca de recursos desviados ilegalmente para o exterior.

A polícia solicitou detalhes da movimentação financeira das contas indicadas por Valério, como a identidade dos titulares e dos depositantes.

No mensalão, Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato e evasão de divisas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página