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Corregedoria vai investigar procurador do caso Alstom
Rodrigo de Grandis não atendeu a pedidos de apuração feitos por procuradores suíços
A Corregedoria Nacional do Ministério Público abriu processo para investigar o fato de o procurador da República Rodrigo de Grandis não ter colaborado com autoridades suíças que em 2011 pediram apurações sobre suspeitos de intermediar propinas pagas pela empresa Alstom a políticos e servidores estaduais.
No último dia 26, a Folha revelou que os procuradores suíços cansaram de esperar a ajuda do Ministério Público Federal no caso Alstom e encerraram as investigações em relação a três suspeitos.
O gabinete de Grandis informou que o pedido dos investigadores estrangeiros não foi atendido porque foi colocado incorretamente em uma pasta de arquivo e acabou ficando parado desde 2011.
O processo aberto ontem pela corregedoria, órgão externo de fiscalização do Ministério Público, pode resultar em penas que vão desde censura até perda do cargo.
O corregedor nacional da instituição, Alessandro Tramujas, decidiu apurar "possíveis irregularidades na conduta" de Grandis no caso.
Anteontem, o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, já havia determinado uma apuração interna em relação a Grandis.
Em fevereiro de 2011, os procuradores suíços haviam pedido ao colega brasileiro a realização de interrogatórios de quatro investigados no caso Alstom, bem como medidas para efetuar uma ação de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos.
O pedido foi descoberto meses atrás por promotores estaduais de São Paulo, que comunicaram as autoridades federais sobre a situação.
A reportagem ligou para o celular de Grandis, mas as ligações não foram atendidas.