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Instalação em homenagem às vítimas da ditadura é atacada

Obra está montada em cemitério que guarda ossadas de Perus

DE SÃO PAULO

Vândalos destruíram parcialmente na madrugada de ontem, em São Paulo, uma instalação que faz alusão aos desaparecidos na ditadura militar (1964-1985).

A obra "Penetrável Genet", de Celso Sim e Anna Ferrari, integra a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. Foi montada no Ossário Geral do cemitério do Araçá (zona oeste), onde estão os restos de 1.046 pessoas encontrados no cemitério Dom Bosco, em Perus (zona norte).

Na década de 1990, uma investigação mostrou que o local foi usado para enterrar dissidentes políticos e supostos indigentes.

Para o secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Rogério Sottili, que esteve no cemitério ontem, "não contribui" especular sobre o que aconteceu.

Mas Sottili ressaltou que o ataque ocorreu entre um ato ecumênico realizado no local em homenagem às vítimas da ditadura, anteontem, e o dia da inauguração.

O ataque foi descoberto na manhã, horas antes da abertura da visitação para a obra. Foram derrubados no chão dois monolitos de pedra, de 700 kg cada um, que seriam usados para a projeção de imagens --segundo os artistas, para movê-los são necessárias quatro pessoas.

Foram quebrados ainda blocos de concreto onde ficam sacos de ossos --que não fazem parte dos encontrados em Perus--, depois espalhados pelo cemitério. Estátuas também foram derrubadas. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.

Apesar dos danos, a instalação estará aberta ao público a partir de amanhã.


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