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Militares reclamam de penúria e pedem R$ 7,5 bi ao Congresso

Comandantes das Forças Armadas dizem a parlamentares que faltam verbas até para combustível de aviões e carros

Representante do ministério afirma que o setor também sofre com contingenciamento do Orçamento federal

DE BRASÍLIA

Comandantes das Forças Armadas foram ontem ao Congresso Nacional reclamar que falta dinheiro para projetos de defesa --até para o combustível de aviões e carros-- e pediram um adicional de R$ 7,45 bilhões no Orçamento de 2014, por meio de emendas parlamentares.

O montante é o mínimo necessário, segundo os militares, para garantir segurança a um projeto prioritário do governo como o pré-sal, comprar munição e combustível e tirar do solo mais da metade das aeronaves da Aeronáutica que estão inoperantes.

Ontem, ao participar de sessão conjunta na Comissão de Relações Exteriores e Defesa, os militares expuseram os programas afetados numa tentativa de sensibilizar senadores e deputados para aumentar as receitas.

Apesar de ter o quarto maior orçamento da Esplanada, a Defesa estima que quase 70% dos R$ 72,9 bilhões inicialmente previstos para 2014 sejam gastos com pessoal.

"O hiato tecnológico existe e é aceleradamente crescente. A alocação de recursos para projetos estratégicos que nós temos permitiriam diminuir esse hiato. Não tem outra alternativa. O desenvolvimento tecnológico começa com o atendimento das necessidades de defesa", disse o comandante do Exército, general Enzo Peri.

Peri apontou defasagem nos salários dos militares em relação a outros servidores e afirmou que o orçamento de defesa do Brasil é bem inferior ao de outros países.

O Exército alega ser necessário um extra mínimo de R$ 2,4 bilhões para projetos como o monitoramento de fronteiras, para a compra de munição e até mesmo para garantir o uso de 9.500 veículos recém-adquiridos.

A Aeronáutica pleiteia um adicional de R$ 2,9 bilhões para manutenção e combustível das aeronaves e construção e adequação instalações militares. Do total de 624 aeronaves, 346 estão paradas, sem condição de voo, segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito.

"Recurso para combustível e suprimento é o calcanhar de Aquiles. O avião não voa sem combustível, mas também não voa sem suprimentos. Temos que fazer manutenção preventiva", disse.

PRÉ-SAL

A Marinha informou precisar de pelo menos R$ 2,15 bilhões adicionais para, principalmente, recuperar a capacidade de operação e assegurar apoio ao pré-sal.

Ari Matos Cardoso, secretário-geral do Ministério da Defesa, disse que é preciso criar mecanismo que assegure a alocação de recursos de forma continuada: "Com esse valor [da proposta orçamentária] não se atingiu aquilo que queríamos".

Questionado sobre quanto foi gasto com o Mais Médicos, o representante da Defesa afirmou que a participação das Forças se restringiu ao apoio logístico, que consumiu R$ 28 milhões.

Além do orçamento frustrante para o próximo ano, Exército, Marinha, Aeronáutica e Defesa também têm que lidar com o enxugamento de recursos: "Esse ano tivemos um contingenciamento de em torno de R$ 2,5 bilhões. Claro que impacta, claro que a gente deixa de fazer alguma coisa", afirmou Cardoso.


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