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Abin confirma que vigiou diplomatas de Irã, Rússia e EUA

Ministro José Elito e diretor do órgão, Wilson Trezza, dizem no Senado que operações de contraespionagem eram legais

Abin diz que investigou se a explosão na base de Alcântara em 2003 foi provocada por uma ação de sabotagem

DE BRASÍLIA

O governo brasileiro confirmou ontem que o serviço secreto monitorou, em ações de contrainteligência, representantes de países como Irã, Rússia e EUA e tentaram apurar se houve sabotagem na explosão da base de lançamento de satélites no Maranhão.

Sem detalhar as ações realizadas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o diretor do órgão, Wilson Trezza, e o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), José Elito, disseram, durante audiência no Senado, que todas as operações respeitaram a legislação.

Como a Folha revelou, o principal braço de espionagem do governo brasileiro monitorou diplomatas de três países estrangeiros em embaixadas e nas suas residências, de acordo com um relatório produzido pela Abin. O documento oferece detalhes sobre dez operações secretas em andamento entre 2003 e 2004 e mostra que até países dos quais o Brasil procurou se aproximar nos últimos anos, como a Rússia e o Irã, viraram alvos da Abin.

Elito disse que "são fatos que aconteceram há dez anos" e não há nada de errado em operações de contrainteligência. "Trabalhamos em sintonia com os princípios constitucionais e legais e absoluta observância aos princípios éticos e morais", completou Trezza na audiência que reuniu deputados e senadores de diversas comissões.

Questionado sobre o monitoramento das antenas de comunicação usadas pelos EUA em quatro cidades brasileiras, Trezza não revelou se foi constatado o uso inadequado dos equipamentos.

"Toda vez que há indício de ameaça, que algo chama a atenção, vamos averiguar. Às vezes desenvolvemos atividades por um, dois, três anos até chegar a conclusão de que nada aconteceu. É um resultado compatível com a atividade de inteligência", disse o chefe da Abin.

A Abin também confirmou operações para averiguar uma suposta ação de sabotagem para explodir a base de lançamento de satélites de Alcântara, no Maranhão. Em 2003, um acidente no local matou 21 pessoas, entre engenheiros e técnicos do CTA (atual Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), órgão da Aeronáutica. A Folha revelou que a suspeita fez o Brasil investigar franceses. As operações da Abin foram inconclusivas e não conseguiram comprovar a sabotagem.

Ontem Trezza também informou aos deputados e senadores que um procedimento administrativo para apurar irregularidades de conduta de um servidor federal custa, em média, R$ 134 mil.

O custo da investigação interna foi usado como uma das justificativas de Trezza para a Abin ter exonerado o oficial que manteve encontro suspeito com espião da CIA (o serviço de inteligência dos EUA) sem abrir sindicância.


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