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Italianos cobram de premiê informação sobre Pizzolato

Deputados de oposição querem saber se o fugitivo está mesmo na Itália

No requerimento ao governo, o mensalão é tratado como 'episódio relevante de corrupção política e econômica'

GRACILIANO ROCHA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

A oposição italiana passou a pressionar o premiê Enrico Letta para quebrar o silêncio do governo sobre o caso do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, fugitivo da Justiça brasileira que estaria escondido na Itália.

Um grupo de oito deputados do Movimento Cinco Estrelas apresentou um requerimento indagando ao primeiro-ministro se o governo tem a confirmação de que Pizzolato, que tem dupla cidadania, encontra-se no país.

Essa manifestação da principal força de oposição aumenta a temperatura política do caso, ofuscado no início pela cassação do mandato de senador do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

A pressão oposicionista é liderada pelo secretário da comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Itália, Carlo Sibilia.

No requerimento, os deputados classificam o escândalo do mensalão como um "episódio relevante de corrupção política e econômica" no Brasil e mencionam a carta em que Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, afirma que buscaria novo julgamento na Itália.

"Isso está além do nosso quintal, da disputa de direita e esquerda, é um assunto de Estado e que repercute no interesse nacional italiano na comunidade das nações", disse o jurista Alessandro Tirelli, que atuou na elaboração do questionamento. O governo tem até 20 dias para responder por escrito.

No dia 29, a deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, eleita com votos de italianos na América do Sul, também havia requerido aos ministros Angelino Alfano (Interior) e Emma Bonino (Relações Exteriores) dados sobre a presença do fugitivo na Itália. Ainda não houve resposta.

Até agora a única posição oficial de Roma é que o Ministério da Justiça analisaria um eventual pedido de extradição caso Pizzolato seja preso.

TRATADO

Os oposicionistas também cobram explicações do governo sobre a decisão de enviar para a votação no Parlamento um tratado bilateral sobre a transferência de presos com o Brasil, assunto que ficou engavetado por cinco anos.

Assinado em 2008, o acordo entre os dois países ficou congelado após as turbulências causadas pela negativa do Brasil de extraditar o ex-terrorista Cesare Battisti.

A oposição questionou se o governo considera que o ex-diretor do BB poderia cumprir a pena na Itália --hipótese tratada como improvável, pois o acordo abrange só o repatriamento de estrangeiros condenados para cumprir a pena no país de origem.


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