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Alckmin pede agilidade em apuração sobre secretários

Governador de SP descarta afastar auxiliares acusados de receber propina

Temor é que, ao passar para o STF, inquérito sobre corrupção no Metrô e na CPTM contamine a campanha

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

Com o risco de que o escândalo do cartel das licitações do Metrô e da CPTM contamine sua campanha pela reeleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu ontem que a apuração sobre o caso aconteça "rapidamente e em profundidade", para não "colocar o nome de pessoas sérias em dúvida".

O inquérito foi remetido pela Justiça ao STF (Supremo Tribunal Federal) após depoimento de um ex-executivo da Siemens que menciona propina a dois secretários de Alckmin, os deputados licenciados Edson Aparecido (Casa Civil) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico).

O STF vai decidir se conduzirá o caso ou não. Publicamente, os tucanos dizem preferir essa opção, que os protegeria de vazamentos. Do ponto de vista eleitoral, porém, esse pode ser o pior cenário para Alckmin.

Primeiro porque os rivais forçariam um paralelismo com o julgamento do mensalão, pressionando o STF a atuar com extremo rigor.

Segundo porque há grande chance de que decisões sobre o caso, como tomada de depoimentos, coincidam com o período eleitoral.

Interlocutores de Alckmin disseram que ele fez ontem uma espécie de desabafo no Palácio dos Bandeirantes e disse ter certeza de que os vazamentos de informação têm como objetivo atingir sua campanha em 2014.

"Isso é para prejudicar o Geraldo Alckmin numa disputa eleitoral em que querem tirar dele a credibilidade. Mas não vão conseguir", disse o presidente do PSDB paulista, deputado Duarte Nogueira.

Edson Aparecido deve entrar com um requerimento na Corregedoria da PF pedindo apuração dos vazamentos.

Ontem, o governador descartou a possibilidade de afastar os secretários citados. "Nós precisamos ser justos. [Ao afastar] você pode agir sem ser de forma justa. O que precisamos é investigar, esclarecer rapidamente", disse.

Além de Aparecido e de Garcia, o ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer menciona como destinatários de propina paga pelas empresas envolvidas no cartel o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB-SP). Todos negam.

Ontem, outros tucanos voltaram a criticar o governo e acusaram o PT de manipular a fala de Rheinheimer. O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), cotado pelo ex-executivo como alguém que teria conexão com o esquema, disse que a publicação do depoimento mostra que a PF faz "vazamentos seletivos".

"Um depoimento sigiloso que três dias depois estava em todos os jornais do Brasil? [...] Continua havendo vazamento adoidado na PF. Só posso imaginar que tenha sido lá, apesar de o ministro [da Justiça, José Eduardo Cardozo] ter demonstrado sua repulsa a esse tipo de prática. Ele está na obrigação de instaurar procedimento para apurar esse vazamento."

Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) defendeu "ampla investigação" e prometeu punir tucanos se ficar comprovado o envolvimento deles com o cartel. Mas ressaltou que o partido não aceita investigações "tendenciosas". "Diferente do posicionamento do PT, o PSDB estimula que as investigações sejam feitas com profundidade e transparência."

Duas semanas atrás, Aécio chegou a pedir o afastamento de Cardozo do caso.


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